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Reportagens de Concertos
Dark Tranquillity
2013-11-17 | Hard Club

Estava pouco mais de uma mão cheia de público presente à entrada, a aguardar a abertura das portas, quando chegámos ao Hard Club. E de imediato verificámos que, apesar do concerto estar originalmente planeado para a Sala 1, os efeitos da crise económica se fizeram sentir mais uma vez numa diminuição do número de pessoas presentes, o que novamente ditou uma mudança para a sala de menor dimensão. Gradualmente ao longo da hora seguinte, o público lá foi aparecendo, estando a Sala 2 a pouco mais de metade da sua capacidade quando os Tristania entraram em palco, pelas 21 horas.

Tristania
2013-11-17 21:00 | 40 min
Já lá iam 4 anos desde que tinhamos visto os Tristania ao vivo, na edição de 2009 do Wacken Open Air. Na altura a banda pareceu algo apátia e ainda a tentar reencontrar-se, contando já com Mariangela Demurtas na formação mas ainda sem qualquer trabalho de estúdio com a sua participação. Desde então, 2 álbuns foram lançados - Rubicon em 2010 e Darkest White, lançado este ano. E foi neste último trabalho que o sexteto Norueguês concentrou grande parte dos esforços desta actuação, abrindo desde logo com o tema de abertura do álbum, Number tendo incluído um total de 5 temas deste trabalho nos 9 temas da setlist desta noite. O público ia entrando na sala mas sem grandes manifestações de entusiasmo, postura essa que também foi partilhada em parte pela banda, que pouco puxou pelo público. Os problemas técnicos enfrentados ao longo da actuação pelo vocalista Kjetil Nordhus, que diversas vezes deixou de se ouvir, também não contribuíram para empolgar o ambiente, assim como o jogo de luzes, pouco vivo e colorido. Anders Hidle e Gyri Losnegaard mantinham-se também nos seus próprios mundos, em cada canto do palco, e apenas Ole Vistnes tentava acompanhar Mariangela mostrando um pouco de emotividade em palco. Nem mesmo quando tocaram temas mais antigos, como Beyond the Veil ou The Shinning Path, conseguiram obter alguma reacção do público, que parecia desconhecer ou não gostar da abordagem diferente que Mariangela imprimiu aos temas. O concerto chegou ao fim como começou, com um último tema de Darkest White, Requiem.

Dark Tranquillity
2013-11-17 22:05 | 90 min
A Sala 2 acabou por ficar praticamente cheia para assistir à actuação da banda mais esperada da noite, recebendo efusivamente a banda mal esta entrou em palco para abrir a actuação com The Science of Noise, do seu mais recente trabalho Construct. Desde cedo se notou a ausência um substituto para Daniel Antonsson no baixo, tendo a banda preferido manter-se para já como um quinteto e tocando ao vivo com as partes do baixo pré-gravadas. Tendo visto os Dark Tranquillity já um par de vezes em festivais, já sabiamos que poderiamos contar com uma actuação enérgica e emotiva por parte da banda, puxada em grande parte pelo enorme pulmão de Mikael Stanne, mas ainda assim fomos supreendidos pela forma como uma actuação em nome próprio e em ambiente de sala elevou os níveis de emotividade a patamares ainda mais elevados. Mikael Stanne foi um monstro em palco, percorrendo-o de uma ponta a outra durante toda a actuação e aproximando-se constantemente do público, cumprimentando e sorrindo enquanto cantava os temas com uma enorme garra ou se divertia a beber cerveja, repetindo "Super Bock" por diversas vezes. Os guitarristas Martin Henriksson e Niklas Sundin também estiveram bastante bem, trocando diversas vezes de posição e mostrando-se também receptivos e divertidos ao longo da actuação. Desde cedo que foi prometido que não nos preocupassemos, que esta seria uma actuação com inúmeros temas, e que em vez das típicas saídas para encores, que não iriam perder tempo com essas teatralidades para se concentrarem em dar ao público aquilo que ele deseja - mais músicas! O mais recente álbum da banda foi o mais representado nesta noite, com 6 temas tocados, mas praticamente toda a discografica da banda teve direito a ser incluída na actuação, incluindo alguns temas menos óbvios que Stanne anunciou estarem intencionalmente a ser incluídos em alguns concertos, para oferecer ainda mais variedade aos fãs. Um dos exemplos foi o tema A Bolt of Blazing Gold, do velhinho Skydancer, álbum com que a banda se estreou em 1993, e que contou ainda com a participação ao vivo de Mariangela Demurtas, continuando esta em palco para o tema que se seguiu, UnDo Control. É certo que para entrarem novos temas na setlist, outros tiveram de partir, mas ninguém pareceu importado com isso, mesmo contando que alguns dos temas ausentes eram clássicos como Punish My Heaven ou Final Resistance. No entanto, outros como The Wonders at Your Feet, Terminus ou ThereIn fizeram-se ouvir, assim como o tema que encerraria o concerto, Misery's Crown. Seguiu-se uma calorosa despedida em que todos os membros da banda fizeram questão de percorrer o palco de uma ponta a outra em inúmeros cumprimentos a todos os elementos do público que se encontravam ali perto, agradecendo inúmeras vezes todo o apoio dado ao longo da actuação. O público é que não se deixou ficar e de imediato começou a chamar de novo pela banda, pedindo insistentemente por mais... e a banda lá voltou ao palco. Era visível o contentamento na face de Mikael Stanne, que comentou que "não gostava muito de fazer isto [voltar para um encore], por não fazer parte da forma de estar da banda, mas que o público tinha sido incrível" e como tal, todos os presentes tiveram ainda direito a Uniformity. Uma fantástica noite no Hard Club proporcionada por estes Suecos extremamente calorosos, em excelente forma.