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Reportagens de Concertos
RAMP - XXV
2013-11-23 | Hard Club


RAMP
2013-11-23 00:00 | 90 min
Foi um verdadeiro regresso ao passado que nos foi proporcionado pelos R.A.M.P. nesta passagem pelo Hard Club, uma das muitas que têm feito por este país fora para festejar os 25 anos de carreira da banda. Depois de ter visto a banda ao vivo pela última vez já há muitos anos, em 2006, num evento em que as actuações dos R.A.M.P. e dos cabeças de cartaz (hed) p.e. se revelaram uma desilusão, principalmente devido às sonoridades apresentadas, safando-se apenas nessa noite, aos meus olhos, os Bizarra Locomotiva, confesso que não sabia o que esperar desta actuação. Esperava secretamente que a setlist fosse baseada nos seus álbuns mais antigos, aqueles que nos trazem memórias de outros tempos... tempos em que gravava para cassetes vhs os videoclips de metal que passavam em programas na tv, em que ouvia programas de rádio dedicados ao metal, em que havia concertos nas tardes de sábado no antigo Hard Club, no Sinatra's, no Palha d'Aço, ou em tantos outros locais que já não são mais que meras memórias. Voltando à entrada para a Sala 1, esta era feita da mesma forma que para os outros concertos da tour, através da compra do recém-lançado álbum/compilação XXV 1988-2013, um duplo cd onde a banda combina alguns dos seus temas mais marcantes com outros em versão unplugged e ainda um conjunto de covers de outras bandas interpretados pela banda. Um bilhete original e uma excelente ideia!



O início estava previsto para as 22 horas mas foi cerca de meia hora mais tarde que a banda entrou em palco, estando a sala ainda assim bastante despida de público - que no entanto, foi chegando num fluxo mais ou menos constante e acabou por criar uma boa moldura humana na sala à medida que o concerto foi avançando. O arranque fez-se sentir com Hallelujah e rapidamente deu para perceber as intensões da banda para esta noite pela forma como se apresentaram. A energia em palco era muita, e contangiante! Seguiram-se outros temas de rajada, como In sane, Dawn, How ou Alone, com Rui Duarte a dialogar gradualmente mais com o público presente entre os temas. Já há muito tempo que não assistia a um concerto com tantos e tão longos discursos entre músicas, mas tudo soou actual e perfeitamente ajustado à noite em questão! Nas extensas dissertações, deu para recordar velhos preconceitos para com "os cabeludos que vestem de preto" e as formas, irónicas por vezes, com que o tempo foi tratando de as desmistificar. Outro dos momentos divertidamente saudosos foi quando a banda recuperou mais uma página das nossas memórias ao interpretar a sua versão de Anjinho da Guarda, tema que esteve associado a uma série de curtas animações que também passou nas nossas televisões há alguns anos atrás, encaixando de seguida Black Tie e mesmo temas do primeiro trablho de longa duração, como Behind The Wall e o tema-título Thoughts. Entretanto, Rui Duarte trouxe-nos à memória Dee Snider, arrancando de seguida para uma interpretação do hino dos Twisted Sister We're Not Gonna Take It, cantado a plenos pulmões por praticamente todos os presentes. De seguida, abandonaram o palco após o tema descrito como extremamente profundo e filosófico entitulado Fuck You. Pouco depois regressam novamente ao palco, chegando-se à frente e convidando o público a sentar-se no chão enquanto era interpretada a balada For A While, o que criou um ambiente fantástico em toda a sala. O concerto estava quase a chegar ao fim, mas nunca antes da clássica versão das Bangles que os R.A.M.P. nos habituaram a ouvir na sua versão acelerada, colocando os Egípcios a correr em Run Like an Egyptian. Para o final ficou ainda reservado um momento muito especial, com mais uma viagem ao passado e a um dos temas que marcaram a juventude de muitos de nós, Try Again, o tema original dos Spermbirds que os R.A.M.P. incluíram no seu álbum de estreia. Só ficou a faltar a The Last Child para esta viagem ao passado ter ficado 100% completa, mas não podemos queixar-nos depois destes 90 minutos repletos de temas e emoções que julgávamos enterradas no baú das memórias e que tão bem soube voltar a vê-las, ouvi-las e senti-las! O Rui Duarte, o Tó Pica, o Ricardo Mendonça, o Paulo Martins e o José Sales estão de parabéns... e todos (es)tivemos presentes! Venham mais XXV!