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Reportagens de Concertos
Sabaton - Heroes On Tour
2014-12-14 | Hard Club

Noite de heróis no Hard Club! Os suecos Sabaton estão em tour europeia a promover o seu mais recente álbum Heroes e Portugal fez parte deste mapa com uma paragem na sala 1 do Hard Club. A acompanhá-los, vinham os divertidos e alcoólicos finlandeses Korpiklaani, que assim regressavam 2 anos depois de por cá terem passado, vindo também, das Ilhas Faroe, os Týr, que finalmente se estreavam por estas paragens. O ambiente à volta do Hard Club já mexia e o autocarro dos Sabaton deixava claro a todos os que passavam ao largo que esta seria uma noite de festa!

Týr
2014-12-14 19:20 | 40 min
As portas abriram à hora marcada e a sala 1 rapidamente foi enchendo até que às 19:20 a banda feroesa entrou em palco, obtendo desde logo uma grande reacção por parte do muito público já presente. O concerto arrancou com Blood of Heroes, tema de abertura do mais recente trabalho Valkyrja, que marcou a estreia da banda para a editora Metal Blade. Desde logo que Gunnar encheu o palco com a sua sempre-presente boa disposição, conquistando a atenção dos mais distraídos e uns divertidos "olhares reprovadores" por parte dos mais sérios companheiros de palco. Heri Joensen esforçou-se para dirigir algumas palavras em português ao público, seguindo-se de imediato Hold the Heathen Hammer High, tema que colocou muitas cabeças a abanar e punhos no ar com o seu ritmo cavalgante e contagiante e com Terji em grande estilo. Heri rapidamente acompanhou, tendo assim também direito aos seus momentos sob os holofotes, qual guitar-hero, em estilo épico mas sóbrio, sem cair em exageros, de forma tão equilibrada quanto a sonoridade da banda, que consegue combinar de uma forma perfeita influências de heavy ou power metal com linhas melancólicas ou progressivas e vocalizações e letras que os aproximam também do folk / viking. Os coros de início dos temas Grindavísan, Tróndur Í Gøtu ou Sinklars Vísa foram momentos arrepiantes, e nem a barreira linguística impediu o público de tentar acompanhar como podia, atraídos pelas hipnotizantes melodias. O concerto começou a aproximar-se do final, com Heri a anunciar que iriam tocar a última música, adicionando rapidamente um "...do último álbum" ao receber a reacção do público, que queria ouvir mais temas, havendo assim ainda lugar ao tema com que habitualmente têm encerrado as suas actuações - Shadow of the Swastika. Uma excelente estreia da banda por terras lusas, num concerto que esteve uns furos acima do que os tinhamos visto dar há pouco mais de um ano em Madrid. Grande prestação em palco, som e luzes irrepreensíveis e uma fantástica reacção por parte do público. Que melhor forma de começar a noite?

Korpiklaani
2014-12-14 20:20 | 45 min
Os Týr tinham elevado os padrões e de que maneira, com uma actuação muitíssimo bem conseguida, e cabia agora aos Korpiklaani aproveitar e juntar um pouco de álcool e diversão. O início foi auspicioso, com Tuonelan tuvilla e Juodaan viinaa a colocar o público ao rúbro, saltando e cantando. Jonne Järvelä era naturalmente o centro das atenções, com a sua presença carismática, mas também Kalle "Cane" Savijärvi e Tuomas Rounakari espalhavam sorrisos e mesmo os menos interventivos Jarkko Aaltonen e o mais recente membro Sami Perttula iam estando em bom plano (este último a revelar-se bem mais à vontade em palco que o anterior acordionista da banda, que se tinha apresentado com uma postura bem apática e indiferente em palco, da última vez que tivemos oportunidade de os ver ao vivo). Vodka foi um dos momentos altos da actuação, mas algumas escolhas de temas menos mexidos para a setlist acabaram por ir criando alguns momentos mortos que foram esmorecendo o ambiente. Notou-se a falta de temas obrigatórios como Beer beer, Tequila ou Happy Little Boozer, e só com o tema final Rauta se voltou a animar um pouco. Não tendo sido um concerto mau, a verdade é que esteve longe de atingir os níveis de outras actuações que já os vimos a realizar por cá.

Sabaton
2014-12-14 21:35 | 90 min
Chegara a vez dos enérgicos suecos Sabaton! Os técnicos de palco rapidamente libertaram o palco do material utilizado pelas bandas anteriores, deixando ver um palco repleto de adereços bélicos onde só faltou o tanque sob a bateria, por limitações de espaço. A música The Final Countdown deu o sinal de partida, com a banda a entrar pouco depois em palco ao som da intro The March to War para logo de seguida abrirem com Ghost Division. Com Thobbe Englund e Chris Rörland desde logo muito enérgicos, sempre a mudar de posição e a incitar o público, acompanhados pelo sempre sorridente e afável Pär Sundström e, claro, por aquele que é um dos melhores frontmen da actualidade, o carismático Joakim Brodén. Sempre activo e incansável durante os temas (nem as próprias calças aguentaram tamanha energia) e um comunicador e entertainer nato nos intervalos, consegue ser um espectáculo dentro do espectáculo, conquistando fãs com a sua entrega. A sua forma de estar, apresentando-se sempre com uma boa disposição contagiante, quebra qualquer barreira que possa existir com o público e leva a que ninguém consiga ficar indiferente, arrancando sorrisos mesmo às mais empedernidas das almas que possam estar presentes. Seguiram-se To Hell And Back, o primeiro single deste último Heroes, Carolus Rex, tema-título do álbum anterior, e 40:1, numa sucessão de temas bem orelhudos, como é seu apanágio. Para tornar o público ainda mais participante, Joakim por mais do que uma vez deu a possibilidade de escolher quais os temas a tocar de seguida, tendo daí resultado as escolhas de Gott Mit Uns cantado em sueco e Smoking Snakes. Também o tema Swedish Pagans foi alvo de escolha do público, mas desta vez de uma forma diferente: no final do 7734 o público começou a cantar em coro a melodia desse tema e, enquanto Joakim ia confirmando a setlist com os restantes membros para confirmar que o tema não estava incluído, Hannes van Dahl rapidamente desceu da bateria e, com uma caneta, acrescentou o tema à setlist, resolvendo desta forma o impasse e seguindo-se de imediato o desejado tema. Berlim também não poderia deixar de arder, com Attero Dominatus, e pouco depois novos momentos hilariantes, com Joakim a aparecer em palco com uma guitarra, para desespero dos restantes guitarristas em palco. Seguiram-se alguns duelos de guitarra, com Joakim a procurar demonstrar que também sabe manejar o instrumento, acabando por responder a Thobbe em bom português, com um "PANELEIRO!" que fez o público soltar sonoras gargalhadas. Explicações à parte ("I called you a very gentle person!"), 3 guitarras em palco é sinónimo de Resist and Bite, e foi o que se fez ouvir de seguida. Joakim, sempre ele, anuncia que o concerto está próximo do fim, mas que ainda não tinha sido tocado nenhum tema do álbum Coat of Arms. Vendo um membro do público com uma t-shirt do álbum, passou-lhe a responsabilidade de escolher o tema entre Uprising, White Death ou Screaming Eagles. Aproximando o microfone do fã, este berrou por Screaming Eagles, tema após o qual a banda se despediu do público e abandonou o palco. Haveria, claro, direito a encore, e lá voltaram os divertidos suecos ao palco para mais três temas. Do último álbum, fez-se ouvir Night Witches, tema ao qual se seguiu o obrigatório Primo Victoria e, claro, para o fim ficou Metal Crüe. O público, que não desarmou durante todo o concerto e acompanhou sempre a banda com braços no ar, saltos, berros, coros e headbanging, conseguiu ir buscar ainda alguma força extra e encerrou esta festa em grande estilo, com muita animação e caras de felicidade bem evidentes tanto na multidão como sobre o palco.


Restava sair de volta para a fria noite de Dezembro, mas trazendo connosco a memória de termos acabado de assistir a uma das melhores noites de metal do ano, com uma excelente e muito aguardada estreia em Portugal por parte dos Týr, um actuação animada por parte dos Korpiklaani e, para encerrar, um dos melhores concertos do ano por uma das mais empolgantes bandas da actualidade - Sabaton!