À hora marcada, os espanhóis Obsidian Kingdom entraram em palco e começaram a chamar o público em direcção a uma sala 2 ainda bastante vazia. O sexteto tem uma sonoridade que usa e abusa da alternância entre momentos calmos e atmosféricos e outros bem mais rápidos e agressivos, acompanhando em palco da mesma forma, ora permanecendo de forma estática e contemplativa ora movendo-se de forma quase incontrolada. Juntando a isto o ambiente soturno e com muita névoa e contra-luz que foi proporcionado e tinhamos perante nós uma agradável surpresa e um perfeito arranque de noite. O vocalista Rider G Omega e o teclista Zer0 Æmeour Íggdrasil eram os elementos mais em destaque, posicionados bem à frente do palco e sempre a comandar as acções, com o baixista Fleast Race O'Uden a juntar-se um pouco mais tarde, saindo da sombra e participando na animação em palco. Excepção feita ao desnecessariamente longo momento de calma resultante do tema Fingers in Anguish, praticamente toda a setlist soou bem interessante, com especial destaque para os finais Ball-Room e And Then It Was, tema que abriu e fechou esta actuação.
Seguiu-se em palco o trio britânico Esben and the Witch, num estilo mais simples e menos opressivo. A vocalista / baixista Rachel Davies captou as atenções do público ao longo dos 4 longos temas que constituiram a actuação da banda. Com as feições ocultadas pela iluminação em contra-luz e pela névoa colocada em palco, foi conduzindo uma actuação que visualmente acabou por ser mais parada do que os temas pareciam ir pedindo por parte dos seus intérpretes, que mostraram pouca presença e interacção em palco. A sonoridade da banda acabou por parecer ter sido bem aceite pela maior parte do público presente, uma das dúvidas que nos assaltava por este ser o conjunto de sonoridade menos pesada desta noite.
Finalmente, a banda mais esperada da noite entrou em palco, arrancando com o tema Köld. Os Sólstafir são oriundos da Islândia onde, de acordo com os próprios, não há nada de interesse para ver, e rapidamente conquistaram o público graças à calorosa relação que desde cedo o vocalista Aðalbjörn "Addi" Tryggvason criou com o público, dando mesmo origem a vários diálogos hilariantes. Seguiu-se Lágnætti, o single de lançamento do novo álbum Ótta, que acabou por contribuir com metade dos temas interpretados ao longo da noite. Envoltos em fumo e sombras, os islandeses continuaram a encantar o público que para esta última actuação finalmente se acercaram do palco e se mostraram em maior número. Addi continuou com as suas conversas com o público, recordando a última passagem da banda por cá, há cerca de 4 anos atrás, e perguntando quem tinha estado presente. Para além do interventivo frontman, também os músicos que o ladeavam iam captando as atenções, com Svabbi de chapéu, óculos de sol e longas tranças e Pjúddi com o seu aspecto de cowboy, que foi ainda mais acentuado quando trocou a guitarra pelo banjo para o tema-título Ótta. Pouco depois era Addi que também trocava a sua belíssima guitarra, por um chapéu, para interpretar Dagmál. Perto do fim, Rachel Davies regressou ao palco para acompanhar no tema Fjara, e o concerto chegou de seguida ao fim com Goddess of the Ages, regressando ao álbum Köld, com que tinham aberto esta noite. As faces no público estavam radiantes, e não era para menos. A noite tinha sido bem positiva e a actuação de Sólstafir certamente permanecerá nas memórias de grande parte dos presentes.