🔍︎ | [PT] EN
🔍︎ | Contacto | [PT] EN
Reportagens de Concertos
2015 Origins World Tour - Porto
2015-02-04 | Hard Club

A noite era fria mas prometia remeter-nos para um mundo de fantasia onde não faltariam momentos épicos de animação. A acompanhar o regresso dos suiços Eluveitie à Sala 2 do Hard Club, vinham dois estreantes: os italianos Wind Rose e os islandeses Skálmöld, que há muito aguardávamos ver por cá.


Wind Rose
2015-02-04 20:00
À hora marcada, os Wind Rose subiram a um palco que estava felizmente extendido para permitir maior espaço de manobra aos muitos músicos que o iriam pisar esta noite. Estes italianos apresentaram um power metal com uma forte ligação ao folk e a temáticas medievais e de fantasia, como se os Rhapsody e os Turisas (dos últimos álbuns) se tivessem juntado para ir dar um passeio pelo Shire. A primeira impressão não impressionou de sobremaneira, com a disparidade de estilos dos músicos e o sotaque italo-inglês a desviar a nossa atenção por diversas vezes, mas gradualmente foram ganhando a atenção do público com alguns temas orelhudos como The Breed of Durin ou Rebel And Free e graças também aos momentos de interação por parte do vocalista Francesco Cavalieri, principal elemento em destaque sobre o palco.

Skálmöld
2015-02-04 21:00
Seguia-se em palco o mais bem guardado segredo da Islândia - os Skálmöld. O sexteto tem vindo a ganhar cada vez mais notoriedade e o dvd que lançaram em 2013 é algo de assombroso, sendo digno de registo que uma banda que à data tinha apenas 2 álbuns tenha editado um dvd em que tocam durante cerca de 2 horas acompanhados de uma massiva orquestra, resultando numa das melhores combinações entre metal e clássico que me recordo de ter ouvido. O público presente aparentava desconhecer a banda, na sua maioria, e chegou a ser confrangedor ouvir hinos épicos como Gleipnir ou Narfi sem estar rodeado de braços no ar e sem ouvir as melodias cantadas por grande parte do público. Sobre o palco, destaque para as prestações mais emotivas por parte dos vocalistas/guitarristas Björgvin Sigurðsson e Baldur Ragnarsson, assim como o sempre sorridente Jón Geir Jóhannsson por trás da bateria. Para uma banda que conta com 6 vocalistas (sim, todos os membros da banda fazem vozes em grande parte dos temas) e 3 guitarristas, o som teve nota bem positiva, e com toda a garra e classe deixada em palco pela banda, estamos certos de que saíram daqui com muitos novos fãs! Fenrisu%u0301lfur, pelo meio da actuação, e Kvaðning no final, foram 2 dos melhores momentos desta noite!

Eluveitie
2015-02-04 22:30
E chegava a hora dos cabeças de cartaz. O material em palco foi rapidamente substituido pela parafernália de instrumentos musicais dos suiços, bem como alguns painéis de fundo, plataformas desniveladas e luzes de palco. Os 8 membros da banda rapidamente encheram o palco, abrirando de imediato com King, do mais recente trabalho Origins, álbum que foi bem recebido pela crítica e cujos temas seriam naturalmente um dos vários motivos de interesse esta noite, a par com a estreia em terras lusas dos 2 elementos mais recentes da banda - Matteo Sisti na gaita de foles e flauta e Nicole Ansperger no violino. Quando os vímos no ano passado no Metalfest Loreley já tinhamos considerado esta última como sendo uma mais-valia, devido à sua postura mais animada em palco, e podémos agora confirmá-lo assim como verificar que Matteo conseguiu fazer esquecer Patrick Kistler com uma actuação segura e competente. A actuação foi avançando alternando temas novos como From Darkness ou The Call of the Mountains com outros dos 2 álbuns anteriores, como Nil ou Hope, sempre com Chrigel Glanzmann muito animado, mostrando a sua habitual garra tema após tema, enquanto Anna Murphy capturava igualmente a nossa atenção pelo contraste, sempre irradiando uma alegria calma e apresentando um constante sorriso na face. Pelo meio, um ou outro tema mais antigo lá foi sendo ouvido, e se nos custa assistir a um concerto de Eluveitie e não ter a oportunidade de escutar temas como Gray Sublime Archon, Your Gaulish War ou Brictom, não podemos deixar de dizer que isto acaba por não causar qualquer tipo de mossa na actuação, dada a constante qualidade de composição que a banda tem vindo a demonstrar. O público assim fez questão de confirmar, sempre muito animado e respondendo às chamadas da banda, mesmo quando Chrigel pediu um wall of death no centro da sala. Pelo meio da actuação, uma rápida invasão de palco por um elemento do público também gerou olhares divertidos por parte de [membe]Rafael Salzmann e Kay Brem. Já perto do fim, A Rose for Epona levou o público ao rubro, enquanto Quoth the Raven e Havoc fecharam de seguida a actuação, não sem que a banda regressasse para o esperado encore com Helvetios e, para acabar, Inis Mona, com toda a sala a acompanhar.