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Reportagens de Concertos
Arkona | Dalriada | Darkest Era
2012-10-09 | República da Música

Foi por um excelente motivo que fizemos os 300km que nos levaram pela primeira vez à República da Música, em Lisboa: Arkona já nos tinha deixado uma excelente impressão no concerto dado no ano passado no Hellfest, ansiávamos por ver pela primeira vez os Dalriada, e estavamos curiosos em relação aos Darkest Era e aos The Spektrum. Lá chegamos sem percalços e com umas boas 2 horas de antecedência, a tempo de ainda ver os elementos das diversas bandas a passar de um lado para o outro pela rua, alternando entre a sala e as auto-caravanas utilizadas durante a tournée, até que às 20:00 em ponto as portas da sala abriram, como prometido.

Mal entrámos, e imediatamente depois de travar conhecimento com o organizador, Carlos Freitas, lá nos dirigimos para a zona de merchandise. Resultado final: 1 cd de Arkona e 3 cds de (Echo of) Dalriada (tinham lá os sete, mas em tempos de crise não dá para tudo, os restantes ficarão para uma nova oportunidade). Pela negativa, não nos apercebemos que quem estava na banca a vender-me os álbuns de Dalriada era Anita Kun, vocalista que tem acompanhado a banda nesta tour devido à gravidez de Laura Binder. Sorry Anita!!!

The Spektrum
2012-10-09 21:00 | 30 min
O início dos concertos aconteceu perto da hora prevista, com os The Spektrum, banda de Leiria. Apesar da sua sonoridade black/death metal melódico os colocar um tanto ou quanto deslocados neste evento, não foi por isso que deixaram de ser equipar a rigor para dar um bom concerto para as cerca de 40 pessoas que estavam presentes no início da noite. O vocalista Dyrion e o violinista Nuno Santos dominaram as atenções, mas toda a banda demonstrou estar à altura dos acontecimentos, mesmo quando problema técnicos fizeram com que se deixasse de ouvir a guitarra de Engraved. Entre outros, foram interpretados os temas Lost in Time, do 1º álbum Daemonicus Awakening, ou Spiritus Noctum do mais recente Regret of the Gods.

Dalriada
2012-10-09 21:50 | 45 min
Para nossa surpresa, seguiram-se os Dalriada, que esperávamos ver depois e não antes dos Darkest Era, tendo em conta o maior historial e discografia da banda. O concerto arrancou com muitos problemas de som que se prolongaram durante praticamente todo o tema inicial, . Nos temas seguintes o som melhorou para o público mas em palco ainda demorou um pouco mais, tendo em conta os constantes pedidos de ajuste que a banda foi fazendo nos intervalos das músicas. Estas dificuldades afectaram um pouco o estado de espírito da banda nesses momentos iniciais do concerto, principalmente de Anita Kun, que parecia mais sensível a estas dificuldades que os restantes elementos. No entanto, a sua prestação vocal não sofreu com estes problemas, tendo substituído Laura Binder sem falhar em qualquer dos temas. Foi bem acompanhada por András Ficzek, Tadeusz Rieckmann e Barnabás Ungár que iam alternando as vocalizações masculinas ao longo dos temas. E os temas felizmente não foram poucos, apesar do que a posição da banda no alinhamento desta noite podia fazer prever. O concerto foi baseado principalmente em temas dos 2 álbums mais recentes - o recém-lançado Napisten Hava e o anterior Ígéret, de 2011 - e foram muito bem recebidos pelo público, principalmente a partir do momento em que os problemas de som ficaram ultrapassados e a banda se libertou dessa pressão. Temas como Leszek A Hold, A dudas, Hunyadi És Kapisztrán Nándorfehérvári Diadaláról (Saltarello) ou Hajdútánc animaram um público que já estava em maior número, mas ainda assim reduzido para o que este evento merecia - creio que não estariam mais de 150 pessoas.

Darkest Era
2012-10-09 22:50 | 40 min
Seguiu-se a actuação um pouco mais curta dos Darkest Era, banda que vem apresentando o seu primeiro álbum, The Last Caress Of Light, lançado no ano passado pela Metal Blade. Uma das particularidades desta banda, cuja sonoridade combina heavy e doom metal com uns pequenos apontamentos de folk, é a presença de 2 elementos femininos - Sarah Wieghell como guitarrista e Lisa Howe na bateria. Krum, o bem-humorado vocalista da banda, anunciou desde logo estar com excesso de cafeina e confirmou-o ao longo do concerto - quando não estava a fazer expressões divertidas ou a meter-se com algum outro membro da banda, saía do palco para estar mais perto do público que permanecera junto às grades. Apesar disso, alguns elementos do público optaram por se afastarem mais para perto do bar, talvez para se preparar para a banda seguinte. Em palco, os elementos femininos destoavam um pouco dos restantes, tornando esta actuação um pouco desiquilibrada à vista - seria positivo se a banda tentar aproximar um pouco a forma de estar em palco dos seus elementos e a forma como se apresentam, pois passariam uma imagem mais coesa e agradável para o público. Desta forma, se desligássemos o som por uns instantes e observássemos os elementos de forma isolada quase podíamos garantir que cada um deles estava a tocar um género musical distinto. Ignorando estes desencontros estéticos, a actuação da banda foi crescendo de tema para tema, sendo os seus melhores momentos conseguidos com os temas Poem To The Gael, com Krul a fazer um dueto com Sarah e The Morrigan, com que encerraram.

Arkona
2012-10-09 23:50 | 90 min
E eis que chegou a última banda da noite, os Arkona, banda russa que festeja nesta tour o seu 10º aniversário. Foi com Az', tema introdutório do álbum Sklovo que se deu a entrada em palco de Vladimir "Volk" a tocar gaita de foles. Os restantes elementos seguiram-se brevemente, assim como o tema Arkaim, começando assim um fantástico concerto em que Masha "Scream" foi dona e senhora do palco com uma prestação enérgica ao longo dos 90 minutos de actuação. Envergando a sua pele de lobo, ela saltou, cantou, gritou, dançou, tocou tambor e pandeireta, organizou uma wall-of-death e puxou pelo público, sempre sem falha e sem demonstrar fadiga por um momento que seja. Não que o público precisasse de incentivo, pois esta era a banda que a maior parte do público aguardava e desta vez ninguém se afastou de perto das grades. Quanto aos restantes elementos, perante tanta energia não lhes resta outra opção que não a de ficar para segundo plano, mas ainda assim apresentando-se a muito bom nível - Vladimir "Volk" sobressaía um pouco mais que os restantes à medida que ia tocando o seu conjunto de intrumentos de sopro, incluindo diversos tipos de flautas e uma gaita de foles, enquanto o guitarrista Sergei "Lazar" e o baixista Ruslan "Kniaz" se mantinham mais discretos e Vlad "Artist" pouco se via, atrás da bateria. Mas, mesmo mais discretos, interpretaram os seus papéis na perfeição e as músicas, essas, foram perfeitas e animaram e de que maneira as hostes. Temas como Ot Serdca K Nebu, Goi, Rode, Goi!, Pamiat ou Kupalets foram acompanhados por palmas, headbanging e diversos hey-heys por parte do público. Depois de uma curta pausa, a banda voltou para um longo encore em que ainda interpretou clássicos imperdíveis como Leshiy, Stenka na Stenku (com o tal wall-of-death), Maslenitsa ou Kupala i Kostroma. Uma actuação fantástica repleta de temas que percorreram os 10 anos de carreira da banda. Acabado o concerto, estava na hora de ir embora, pelo que fizemos uma última visita à banca de merchandise antes de nos fazermos à estrada para novos 300km de volta até casa. Pelo caminho, 1 bebida energética para ajudar e muita e boa música que fomos ouvindo e cantando pelo caminho, ou não houvesse novos cds para juntar à colecção.