Depois de uma estreia bem positiva no ano passado, eis que chegou a altura de rumar novamente a Famalicão para a 2ª edição do Laurus Nobilis Music. À imagem do que tinha acontecido na edição transacta, o primeiro dia era dedicado às sonoridades mais pesadas, pelo que foi com naturalidade que a freguesia de Louro foi sendo invadida por cada vez mais pessoas vestidas de negro, para assistir ao apetecível cartaz.
As honras de abertura couberam aos Via Sacra. A banda famalicense entrou em palco perante uma plateia deserta pois ainda não estava a ser permitida a entrada no recinto, mas de imediato se pôs cobro a essa situação e o público se chegou à frente para assistir ao seu rock com contornos góticos. Apresentando-se com um visual que combinava um estilo retro com um ligeiro toque de steampunk, foram aquecendo o público, que era ainda pouco numeroso, com um conjunto de temas interessantes e algo orelhudos, que puderam ser acompanhados mesmo por quem estava a ver e ouvir a banda pela primeira vez.
Seguiram-se os Capitão América e os Deadpools - que é como quem diz, era chegada a hora dos Quinteto Explosivo e dos seus Hinos Politicamente Incorrectos. Entrando em palco com grande espectáculo, armados de tridente e muita luz e cor, desde logo deram início ás hostilidades. A banda mascarada constituída por membros de bandas como Comme Restus ou Kalashnikov apresentou uma mistura de temas próprios e temas das suas antigas bandas, conseguindo que parte do público os acompanhasse enquanto outros, menos preparados, permaneciam estarrecidos. Por entre rolos de papel higiénico voadores, houve também lugar à participação especial de Muffy, dos Karbonsoul, no tema Queres Caralho Vai Ao Talho. Uma actuação que não deixou ninguém indiferente.
O público estava agora em grande número a aguardar a chegada da Bizarra Lcomotiva à Estação de Louro. A enérgica banda entrou em palco com um elemento surpresa, Carlos Santos no baixo, abrindo com A Febre de Ícaro. Um problema no som levou Rui Sidónio a saltar do palco para junto do público, mas rapidamente se retomou o concerto com Gatos do Asfalto. Como vem sendo habitual, a Locomotiva arranja sempre forma de nos surpreender nas suas actuações, e desta vez, para além das habituais Cavalo Alado, Apêndices ou Druidas, tivemos direito a Hecatombe mas também à versão de Se Me Amas com a presença em palco de Fernando Ribeiro. Também Muffy teria direito a voltar ao palco, desta vez nos ombros de Rui Sidónio, para acompanhar durante o já habitual ponto alto, o incontornável Escaravelho. Mais uma excelente actuação por parte da Bizarra Locomotiva.
Chegava a hora do lobo! Os Moonspell vinham encerrar o cartaz ainda com o mais recente álbum Extinct em carteira enquanto se preparavam para celebrar o vigésimo aniversário de Irreligious. Abriram em força com La Baphomette o que viria a ser uma actuação marcada pelo enorme cuidado na componente visual que lhes é reconhecido, com focos de luz muito bem apontados, boa utilização do fumo e ainda muita pirotecnia, algo que não temos o hábito de ver por cá mas que vem sendo muito utilizado em festivais de metal fora do nosso país. Depois de Breathe (Until We Are No More) e Extinct seguiram-se alguns dos temas menos recentes com que foram intercalando a actuação, como Night Eternal, Opium e Awake. De realçar a presença em palco de Rui Sidónio, numa espécie de fato de protecção, durante Em Nome do Medo, também com muito fogo à mistura. Também o tema seguinte Vampiria foi um dos momentos altos da noite, com um fabuloso trabalho de iluminação, numa altura em que o concerto se aproximava do fim, com a sempre divertida Ataegina e o eterno hino Alma Mater a ameaçar um final de noite que naturalmente traria ainda ao público um encore. Everything Invaded antecedeu o habitual tema de encerramento Full Moon Madness, culminando assim mais uma excelente noite de metal no Laurus Nobilis Music Famalicão.