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Reportagens de Concertos
Kreator & Morbid Angel 2012
2012-11-09 | Sala Chanteclair




Eram cerca das 15h30 quando a entrada do McDonalds Imperial, nos Aliados, começou a ser cercada por indivíduos de negro. Os cartazes ficaram em casa, substituídos por arcas térmicas e bebidas mais ou menos coloridas, pois desta vez a luta era outra: a excursão organizada pela Luta Sistemática estava prestes a partir com destino a terras de nuestros hermanos, mais precisamente à Discoteca Chanteclair, em Valga, Pontecesures. Se a mais poderosa tour do momento não veio a Portugal, há que invadir Espanha para assistir às brutais prestações dos Kreator, Morbid Angel, Nile e Fueled By Fire, tendo ainda sido confirmada a participação dos espanhóis Minim para fechar a noite.



Foi ao som de toda a porcaria que as rádios nacionais nos impingem que se deu início às cerca de 4 horas de viagem. A falta de um cd foi corrigida na primeira oportunidade por 2 dos presentes - um Best Of dos Europe não seria certamente a banda sonora esperada para aquecer as hostes para os concertos que nos esperavam, mas foi o melhor que se conseguiu encontrar na extremamente vasta e eclética selecção musical presente na estação de serviço. Ainda assim, serviu para amenizar o suplício auditivo durante o resto da viagem, sendo deixadas no ar promessas de violenta retribuição para a viagem de regresso.




Fueled By Fire
2012-11-09 19:30


Nile
2012-11-09 20:30
Chegados ao local, mal tivemos oportunidade de observar a sala, pois assim que entrámos apercebemo-nos de imediato de que já os Fueled By Fire tinham tocado, estando os Nile já em palco. Só houve tempo para rapidamente nos aproximarmos do palco e ouvir aquelas que seriam as últimas 2 músicas da actuação, não tendo sido possível obter grandes impressões da actuação.


Morbid Angel
2012-11-09 21:45 | 75 min
Seguiram-se os Morbid Angel, tendo iniciado com Immortal Rites uma actuação muito bem conseguida. David Vincent mostrou-se bastante animado, tendo-se dirigido por diversas vezes ao público em espanhol para agradecer a receptividade que estava a receber por parte do público. Os clássicos foram-se seguindo, com especial enfoque nos temas dos álbuns Altars of Madness e Covenant. Depois de interpretar Lord of All Fevers and Plague e Chapel of Ghouls a banda regressou ao palco para um encore que incluir temas como Blood on My Hands e God of Emptiness, tendo encerrado a actuação com World of Shit (The Promised Land). O som esteve bastante aceitável durante todo o concerto, imagino que seria difícil fazer melhor tendo em conta as características da sala e da própria sonoridade da banda; relativamente à iluminação, mantém-se o cuidado já evidenciado no passado, com pormenores agradáveis e um palco bem iluminado que muito agradou principalmente aos fotógrafos. O público foi menos interventivo do que o esperado, tendo em conta a agressividade dos temas, mas não por falta de interesse pela actuação - ninguém perdeu pitada da actuação, estando as muitas centenas de pessoas presentes constantemente com os olhos colados no palco.

Kreator
2012-11-09 23:35 | 90 min
A actuação dos cabeças-de-cartaz Kreator era a mais aguardada da noite, e não era para menos. Para esta tour de promoção ao seu mais recente trabalho, Phantom Antichrist, a banda tinha anunciado que iria criar um "palco 3D", e foi por trás de uma de uma longa cortina, longe dos olhares do público, que este foi montado. O concerto foi antecedido de uma projecção de capas e imagens da banda nessa cortina ao som de Pesonal Jesus, de Johnny Cash, seguindo-se Mars Mantra e Phantom Antichrist com a abertura da cortina, revelando o tão esperado palco, numa aposta muito bem conseguida por parte da banda. Ao centro, a bateria encontrava-se elevada de forma imponente sobre um monte de caveiras e debaixo de vários focos. A acompanhar de ambos os lados, aparecia o monstro apresentado na capa do seu último álbum, com olhos que se iam iluminando. Finalmente, a fechar as laterais, 2 enormes painéis fechavam o cenário, transportando a banda para um ambiente único e tornando o concerto numa espécie de video-clip de longa duração em que a banda interpreta os diversos temas num cenário pós-apocalíptico. A menor luminosidade e os jogos de cor e de fumo ajudaram ainda mais a criar um ambiente fantástico! A juntar a tudo isto, a banda realizou mais uma actuação perfeita que integrou temas clássicos com temas novos sem qualquer perda de qualidade ou de intensidade, o que demonstra que os Kreator estão realmente numa forma fabulosa, com excelentes trabalhos e actuações. Temas clássicos como Violent Revolution, Extreme Aggression, People of the Lie ou Endless Pain são intercalados de forma perfeitamente natural com temas dos seus trabalhos mais recentes como Enemy of God, Hordes of Chaos, Civilization Collapse, Voices of the Dead ou Death to the World, mantendo-se inalterado o nível de agressividade, com o público num constante turbilhão num enorme circle pit que Mille Petrozza por vezes ajudava a incendiar ainda mais. Como curiosidade, o mesmo Mille Petrozza em determinada altura lembrou-se de nós, fazendo questão de referir que sabia que alguns fãs portugueses se tinham deslocado para assistir ao concerto. O final do concerto, já no encore, foi com os temas Flag of Hate e Tormentor, como não podia deixar de ser. De bandeira na mão e puxando por um público incansável, chegaram ao fim os 90 minutos de uma actuação que ficou na memória de todos os presentes.

Minim
2012-11-10 01:30
Finda a violência, o público começou a afastar-se, revelando quantidades de garrafas partidas espalhadas pelo chão que os elementos de limpeza tentavam ir removendo. Iriam seguir-se os Minim, mas os minutos avançavam a passos largos e o ritmo lento a que ia sendo desmontado o palco não davam mostras de estar para breve a actuação seguinte, pelo que optámos por seguir caminho de volta para casa, numa viagem bem mais rápida do que a anterior - o motorista conseguiu reduzir o tempo de viagem de 4 para 3 horas, provavelmente para tentar chegar o mais rapidamente possível ao fim, ou não tivesse sido concretizada a prometida vingança sonora com o mais recente álbum dos Nile, que debitou ao longo de toda a viagem.