A Sala 1 do Hard Club encontrava-se já praticamente cheia quando o ecrã que se encontrava por trás do palco deu início ao concerto. Na tela surgiu Ralph Macchio, no excerto do filme Crossroads em que contracena com o próprio Steve Vai. O duelo de solos de guitarra dá o mote para o primeiro tema da noite, com Bad Horsie. Vai surge de gorro, guitarra luminosa e disparando lasers sobre o público. A multidão estava claramente ansiosa pela actuação do virtuoso norte-americano, dadas as manifestações e gesticular constante vindo de elementos do público que se encontrava mais perto das grades. A roupagem de Vai rapidamente mudou, não sabemos se em resultado do já habitual calor que se faz sentir nesta sala, e que mais uma vez foi alvo de comentário por parte dos músicos em palco. Exemplo disso foi quando alguns momentos depois, Vai se viu forçado a retirar o colete que trazia vestido, com alguma dificuldade pelo meio disfarçada com algum do muito humor que foi exibindo em conjunto com os restantes músicos da sua banda. E foi o próprio Vai a elogiar os excelentes músicos que o têm acompanhado, ao recordar que esta tour do 25º aniversário do seu álbum Passion & Warfare era na verdade a primeira tour que este álbum teve, pois não tinha feito tour aquando do lançamento do álbum, mas demonstrando-se muito satisfeito por ter agora a banda certa para o fazer. E rapidamente deu início ao verdadeiro espectáculo dentro do espectáculo, com Liberty, tema inicial do referido álbum, que seria interpretado de uma ponta a outra. Pelo meio, contou ainda com a participação virtual de Brian May, algo que iria repetir mais à frente com Joe Satriani, que surgiu com as mais diversas combinações de caras, cabelos e óculos durante o tema Answers ou com John Petrucci, que interrompeu o tema The Audience Is Listening para realizar uma jam com Vai. Pelo meio, diversas trocas de guitarras e efeitos visuais entre o espacial e o psicadélico foram dando algo mais aos espectadores para além da música, interpretada de forma imaculada. For the Love of God foi naturalmente outro dos momentos altos do concerto, com o início do tema a obter como reacção do público uma enorme salva de palmas e de seguida muitos telemóveis no ar a captar o momento para mais tarde recordar. Apesar da actuação estar a seguir à risca o alinhamento do álbum, sem poder - ou querer - fugir muito ao formato original, felizmente esta não foi uma actuação que parecesse demasiado rígida, com todas as interpretações a soarem bastante fluídas. Nota altíssima para a prestação do baterista Jeremy Colson, incrível a capacidade de acompanhar toda a complexidade e/ou momentos de devaneio em que Vai saía da fórmula para finalizar alguns dos temas.
No final da interpretação do álbum, e após inúmeros agradecimentos ao público presente, houve ainda tempo para mais alguns temas, como Stevie's Spanking, momento em que recordou que já tinha, aos 18 anos, trabalhado com Frank Zappa - que também teve direito a uma aparição no ecrã. Pouco depois, levou o público à loucura ao convidar 2 elementos à sorte para subirem ao palco e ajudarem a criar uma música, inventando no momento melodias de bateria, baixo e guitarra que os músicos começaram a tocar de forma combinada. Pouco depois, chegou mesmo a permitir tocar a sua guitarra, um momento que os sortudos seleccionados irão certamente recordar para sempre. O concerto terminaria alguns momentos depois, não antes de um novo regresso ao palco para um último tema, com algum malabarismo de guitarra pelo meio! Foram cerca de 3 horas que todo o público terá considerado como muito bem gastas, um enorme concerto de um extraordinário músico.