🔍︎ | [PT] EN
🔍︎ | Contacto | [PT] EN
Reportagens de Concertos
Vagos Metal Fest 2018
2018-08-09 - 2018-08-12 | Quinta do Ega

Há hábitos salutares, que devem ser mantidos e repetidos conforme a prescrição. A peregrinação anual a Vagos, no segundo fim de semana de Agosto, para o Vagos Metal Fest, é um desses casos. São dias que nos transportam para um mundo à parte, com muito metal, muita animação e boa disposição, num ambiente extremamente amigável e relaxado. Dias que nos fazem esquecer os problemas do dia a dia, que nos limpam a alma e nos recarregam as baterias para enfrentarmos o regresso ao mundo real com outro ânimo e energia redobrada .

Portanto, cumprindo escrupulosamente as ordens médicas, lá nos dirigímos em direcção a Vagos. Mais uma vez, a simpática localidade do distrito de Aveiro foi invadida por alguns milhares de adeptos das sonoridades mais pesadas, que desta vez teriam direito a grandes novidades - este ano, o Vagos Metal Fest teria não 1, mas 2 palcos principais, e teria também mais um dia de festival, pelo que pela frente esperavam-nos 4 dias repletos de diversão, bom tempo, e muito Metal! Também a zona de alimentação e lazer aparentava dispôr de mais barracas, mais opções de escolha e mais zonas de sombra, pelo que tudo parecia proporcionar-se para mais um excelente Vagos Metal Fest!


DIA 1
Booby Trap
2018-08-09 17:46
Coube à banda de thrash/crossover Aveiro Booby Trap a abertura desta edição do Vagos Metal Fest. O público estava a começar a descer até ao recinto e aos primeiros acordes notou-se um ritmo mais acelerado por parte dos muitos que se encontravam já prontos para dar início aos 4 dias de festa. E foi bonito de ver desde logo alguma animação, com os primeiros circle-pits a surgirem ao som de temas como Stand Up and Fight ou O Bom, O Mau e o Filho da Puta. O vocalista Pedro Juncker mostrou-se sempre activo sobre o palco, como é seu hábito, incentivando o público a mexer-se ainda mais, tendo a festa atingido o seu auge com a cover de Ace of Spades dos Motörhead.

Destroyers of All
2018-08-09 18:30
Os conimbricenses Destroyers of All subiram ao "Palco Vagos" logo de seguida, perante um público que continuava a chegar ao recinto. A animação continuou, com a banda a demonstrar toda a sua técnica e agressividade, e temas como From Ashes Reborn ou Hate Through Violence, do álbum Bleak Fragments, voltaram a fazer levantar o pó no recinto. Para além do já habitual tema Into the Fire, do EP com mesmo nome, houve ainda espaço para apresentarem um tema novo, Break the Chains.

Trinta e Um
2018-08-09 19:15
Os Trinta e Um mudaram a agulha do thrash metal para o punk/hardcore, mas a intensidade colocada pela banda em palco foi bem recebida pelo público, que continuou desta forma a aproveitar ao máximo este início de festival.

InSammer
2018-08-09 20:15
Seguiram-se no palco Vagos os Insammer, primeira banda estrangeira do dia. A banda sueca, com a sua sonoridade melódica, por momentos quase a roçar o pop/rock, foi um corpo estranho num festival que até ao momento tinha apresentado sonoridades bastante mais agressivas. O público não se mostrou muito interessado nesta actuação, apesar do esforço da vocalista Viktorija Dola e do peculiar visual do guitarrista Dennis Davydenko.

Theriomorphic
2018-08-09 21:29
Regresso ao Palco Stairway para a actuação dos nossos veteranos Theriomorphic, com João "Deris" Duarte a voltar ao palco que tinha pisado pouco antes, com os Trinta e Um. Uma actuação bem recebida pelo público, que acompanhou os temas e se mostrou bem mais agradado com estas sonoridades mais agressivas, mesmo apesar dos problemas sonoros que afectaram esta actuação.

Orphaned Land
2018-08-09 22:30
Foi já com uma assistência bem numerosa - para uma 5a-feira - que os israelitas Orphaned Land subiram ao palco principal, para apresentar o seu mais recente trabalho Unsung Prophets & Dead Messiahs. Com uma actuação dentro da linha a que esta banda nos tem habituado, pecou apenas por apresentar uma setlist com um ou outro tema "lento" a mais. Os problemas sonoros continuaram a manifestar-se ao longo da actuação, chegando mesmo ao ponto de falhar totalmente o som, mas em pouco ou nada esta situação afectou a comunhão entre banda e público, que atingiu o seu ponto mais alto em temas como Sapari e no habitual final com In Thy Never Ending Way e Norra el Norra, com o público a acenar com os braços bem ao alto.

Analepsy
2018-08-10 00:15
Os Analepsy têm vindo a tornar-se uma das maiores referências nacionais do metal mais extremo, com diversas actuações em festivais internacionais. Esta passagem da banda por Vagos foi demolidora, com o seu slamming death metal a fazer abanar muitas cabeças. Os temas, na sua maioria retirados do excelente álbum de estreia Atrocities from Beyond, foram-se seguindo de forma brutal, conseguindo arrancar bastantes aplausos por parte do público.

Dust Bolt
2018-08-10 01:04
A primeira noite deste Vagos Metal Fest estava quase a chegar ao fim, mas os thrashers germânicos Dust Bolt quiseram garantir que ninguém iria embora sem dar ainda um último passinho de dança. Foi o regresso dos circle-pits e do crowdsurf, com muitos corpos a sobrevoar as cabeças e grades, dando também um pouco de trabalho à equipa de seguranças, uma pequena amostra do que ainda teriam pela frente nos 3 dias seguintes de festival.

Impera
2018-08-10 02:00
Para fechar a noite faltavam ainda os Impera. A banda lisboeta tinha garantido esta presença ao vencer o concurso de bandas realizado pela organização do festival, e aproveitou ao máximo este feito, ao surpreender o público resistente com uma actuação bem agressiva e repleta de personalidade.

DIA 2
In Vein
2018-08-10 15:32
O segundo dia de Vagos arrancou no Palco Stairway, com os In Vein, a banda cujo nome tinha aparecido repetidas vezes num cartaz, na edição do ano passado.
E, se a organização acedeu ao pedido, também a banda aproveitou a oportunidade e presenteou o público com uma potente actuação, que incluiu muita correria, uma wall of death no tema Satan, que culminou com um momento de crowdsurf por parte do vocalista António Rocha.

Foi também durante esta actuação que chegaram ao recinto alguns idosos do Centro Comunitário da Gafanha do Carmo. Vestidos a rigor com tshirts do festival e mostrando boa disposição, foram mais uma prova de que estas sonoridades e estes eventos estão abertos a todos os que queiram participar. É agradável vermos também por cá este tipo de iniciativas e convívio que já temos visto em festivais por esta Europa fora.

Blame Zeus
2018-08-10 16:16
Foi também no Palco Stairway que se seguiram os Blame Zeus. A banda nortenha aligeirou um pouco o ambiente com a sua sonoridade mais próxima do rock do que do metal. A actuação permitiu a apresentação de alguns temas do mais recente álbum da banda, Theory of Perception, havendo ainda lugar a um tema novo, Déjà Vu. O público foi assistindo com algumas cabeças a abanar ligeiramente ao ritmo das músicas tocadas, sendo o ponto alto atingido com o tema final The Apprentice.

Invoke
2018-08-10 16:44
O Palco Vagos estreou-se neste segundo dia com os lisboetas Invoke. Black Metal é sempre estranho de se ver numa tarde ensolarada, mesmo numa vertente mais melódica, como neste caso, mas foram os problemas sonoros, mais do que o reluzente sol de verão, que acabaram por prejudicar a actuação deste trio, que por isso soou embrulhada e confusa em grande parte dos temas. Nota de destaque para a participação de Muffy, dos Karbonsoul, ajudando bastante a encher o palco, tendo em conta a pouca movimentação dos restantes elementos.

Dollar Lama
2018-08-10 17:23
Regresso ao Palco Stairway para uma enérgica actuação por parte dos Dollar Llama. Uma autêntica pedrada deste stoner rock repleto de groove, com Tiago Simões sempre activo e a exigir reacção idêntica por parte do público. O crowdsurf foi muito, com o circle-pit a voltar a levantar o pó no recinto.

Ratos de Porão
2018-08-10 18:06
Depois de uma troca de plano devido a problemas com o vôo dos Masterplan, coube então aos Ratos de Porão subir ao Palco Vagos. A banda liderada por João Gordo desfilou um sem fim de clássicos do hardcore/thrash/crossover, levando o público à loucura - a primeira enorme manifestação deste género, este ano. O público estava já em grande número, e o crowdsurf foi ininterrupto, lançando o caos perante uma equipa de seguranças que não teve mãos a medir.

Masterplan
2018-08-10 19:00
Depois dos problemas com o vôo, eis que chegou a vez dos germânicos Masterplan.A banda de power metal liderada pelo ex-Helloween Roland Grapow entrou com a máxima força, abrindo logo o concerto com Enlighten Me, o tema mais conhecido da banda, com o qual se lançou em 2002. Como se não bastasse, seguiu-se Spirit Never Die, tema de abertura do seu primeiro álbum, Masterplan, para garantir que captavam mesmo a atenção de todos os fãs. O vocalista Rick Altzi espalhava simpatia sobre o palco, contrastando com o ar sempre um pouco sisudo de Grapow, enquanto no baixo se encontrava o bem sorridente Jari Kainulainen, ex-Stratovarius. Tendo como ponto alto a cover de The Time of the Oath, dos Helloween, acabaram por proporcionar um agradável momento mais melódico no meio de uma tarde e noite repletas de agressividade.

Moonspell
2018-08-10 20:03
Seguiram-se os Moonspell no palco Vagos. Apesar de já por cá terem passado na edição do ano passado, o lançamento de 1755 serviu de mote para este regresso, sendo naturalmente este o álbum com maior representação na setlist apresentada. Era muito o público que se encontrava presente para assistir à actuação desta que é a maior referência do metal nacional, e foram muitas as vozes que acompanharam logo desde o tema introdutório Em Nome do Medo, continuando logo de seguida, como no álbum, com 1755 e In Tremor Dei, o surpreendente tema que conta com a voz de Paulo Bragança - aqui substituído, ao vivo, pela voz de Ricardo Amorim. Não foi por isso que o concerto deixou de estar ao nível altíssimo a que a banda nos tem habituado, e se houve falhas a apontar, estas foram apenas as suspeitas do costume, nesta edição - os já referidos problemas sonoros, repetindo-se inclusive uma falha geral, como acontecera no dia anterior com Orphaned Land, com a actuação a dos Moonspell a ser interrompida durante uns longos 10 minutos. O regresso foi um pouco titubeante, mas os hinos Alma Mater e Full Moon Madness fizeram esquecer os problemas e trouxeram de volta o ambiente de festa ao festival.

Converge
2018-08-10 21:12
Porrada velha no palco Stairway. Os Converge tinham um número interessante de fãs a aguardar por esta actuação, a julgar pelos corpos que andaram pelo ar durante o concerto da banda norte-americana de hardcore. Jacob Bannon foi um monstro em palco, incansável, sempre em movimento, um verdadeiro espectáculo dentro do espectáculo.

Cradle of Filth
2018-08-10 22:33
Dani Filth e os seus Cradle of Filth eram o nome mais aguardado deste segundo dia de Vagos Metal Fest, e cedo mostraram que não estavam aqui para brincadeiras - ou melhor, até estavam, mas no bom sentido. Apresentaram-se perante o muito público presente com teatralidade q.b., combinando a encenação com a boa disposição, sem cair em exageros e sem abusar dos clichés, e chegaram mesmo a surpreender quando, após mais um corte geral na luz e som, durante o tema Beneath The Howling Stars, Dani Filth comentou divertido que tinham sido eles a acabar o tema desta forma de propósito, por não gostarem do final da música. Gargalhada geral, e retomou-se a partir daí o rumo do concerto, sempre em grande estilo, com especial destaque para temas como Bathory Aria e Dusk and Her Embrace, assim como, já no encore, The Forest Whispers My Name e From the Cradle to Enslave.

Attic
2018-08-11 00:25
Depois do apoteótico concerto dos Cradle of Filth, coube aos Attic a difícil tarefa de dar seguimento ao festival. A banda fortemente inspirada em King Diamond estava a estrear-se em Portugal, e deixara-nos à partida com alguma curiosidade, mas a actuação nunca chegou a conseguir aproximar-se da qualidade - nem da afinação - do mestre KD. O palco estava montado a rigor, com candelabros e umas grades que, em conjunto com o pobre jogo de luzes e excesso de fumo, acabaram por dificultar a visibilidade do que se passava em boa parte do palco. Quanto à música, conforme já referido, ficaram a dever bastante às suas fontes de inspiração Mercyful Fate e/ou King Diamond.

Serrabulho
2018-08-11 01:30
A noite já ía longa, mas desengane-se quem pensava que este segundo dia de festival já dera o que tinha a dar. Os Serrabulho ainda tinham uma Rave Party para apresentar no palco Vagos, e que ENORME festa esta! Com direito a diversos convidados e um sem número de invasores do palco, boias e bolas insufláveis, e até mesmo um enorme colchão, que foi completamente desfeito pelo público. Os temas foram muitos, de nomes capazes de causar inveja a Bocage, todos cantados e dançados pelos muitos seguidores destes grinders de Vila Real. Num concerto com diversos pontos altos, não podemos deixar de referir o momento em que o vocalista Carlos Guerra desceu do palco para conduzir um enorme comboínho à volta do recinto, com toda a assistência a segui-lo em correria. Um dos melhores momentos de todo o festival!

DIA 3
Lost In Pain
2018-08-11 16:00
O terceiro dia arrancou com a estranha sensação de que já estávamos a entrar na recta final do festival, quando afinal estávamos precisamente a meio, com 2 dias inteiros de concertos ainda pela frente. E o primeiro deste 3º dia foi dado pelos Lost in Pain, banda luso-luxemburguesa que se apresentou um pouco tímida em palco - um pouco à imagem do público, que era ainda em número muito reduzido nesta altura. A banda apresentou um heavy metal musculado, com influências thrash e um groove "moderno", com temas que não se destacaram particularmente, mas foram servindo de toque de despertar para os festivaleiros que estavam a aproveitar para retemperar as forças, e que aos poucos se começaram a aproximar do recinto.

Wicked Inc.
2018-08-11 16:46
Seguiram-se, no mesmo palco Stairway, os Wicked Inc.. O quinteto espanhol mostrou-se mais à vontade no palco que os seus antecessores, e o heavy metal clássico apresentado sacou algumas palmas do público. Os temas pareceram um pouco genéricos ou demasiado colados a material de bandas clássicas dentro do género, e a interpretação por vezes não foi a melhor, mas alguns momentos de inspiração e uma boa comunicação com o público ajudaram a captar a atenção e começar verdadeiramente a animar o público presente.

Simbiose
2018-08-11 17:18
O palco Vagos abriu neste 3º dia com o grind/crust dos Simbiose, com a banda lisboeta a dar origem às primeiras movimentações mais enérgicas por parte do público. Foram quase 2 dezenas de temas sempre a abrir e títulos como Será que Há Vida Depois da Morte? ou Terrorismo de Estado a manterem o circle-pit em movimento e a causaram os primeiros momentos de crowdsurf do dia.

Gwydion
2018-08-11 18:27
Depois de uma pausa mais longa do que o esperado, devido a problemas técnicos, seguiu-se também no palco Vagos a actuação dos Gwydion. Os vikings lusos partiram para a batalha e contaram com um grande apoio por parte do público, bem numeroso para os ver. A banda abriu com 793 e Balverk Warfare, temas iniciais do novo álbum Thirteen, que depois foram sendo intercalados com outros mais antigos. A animação era muita, com muitas vozes a acompanhar os refrões mais orelhudos. Em Math of War houve lugar a uma wall of death, enquanto em Thirteen Days o público acompanhou com palmas e coro, contando-se ainda com a participação em palco de Muffy, dos Karbonsoul.

Bølzer
2018-08-11 19:13
Depois de toda a festa viking, deixámos os drakkars amarados junto ao palco Vagos e rumámos ao palco Stairway para uma viagem espiritual, transportados pelo som dos Bölzer. O duo suiço transportou-nos para outros lugares com o seu death metal hipnotizante, e apesar de estarem um pouco fora do seu ambiente natural, pois aqui pedia-se um espaço menos amplo e desprovido de luz solar, arrastaram com eles todo o público, que em pouco tempo estava a abanar a cabeça ao ritmo contagiante de temas como The Archer ou Entranced by the Wolfshook.

Sonata Arctica
2018-08-11 20:02
Mudança dramática, com entrada em palco dos Sonata Arctica. Depois destes finlandeses terem captado muitas atenções aquando do lançamento dos seus primeiros álbuns, têm desde então vindo a reorientar a sua sonoridade do power metal que os caracterizou inicialmente para um metal ou mesmo hard rock mais melódico e menos rápido, mudança esta que não foi bem recebida por parte da comunidade metálica. Nesta actuação confirmaram mais uma vez este abandono das suas origens, sobrando apenas uma muito desleixada interpretação de FullMoon para recordar esta fase da banda. Toda a restante setlist, começando com o tema de abertura Shitload of Money, passando por The Last Amazing Grays ou The End of This Chapter, até ao final Life, foi um sem fim de rock melódico que encantou alguns fãs da banda mas esteve longe de entusiasmar todo um restante público sedento de sonoridades mais pesadas.

Carach Angren
2018-08-11 21:22
As coisas tornaram-se bem mais interessantes pouco depois, no palco Stairway, com os holandeses Carach Angren. Este quarteto tem uma abordagem muito particular ao black metal sinfónico, com uma sonoridade muito própria e com um gesticular e toda uma teatralidade a acompanhar de forma perfeitamente sincronizada, num resultado final espectacular. Mesmo sem contarem com o impressionante braço robotizado de suporte do teclado, que vimos na recente passagem da banda pelo Hard Club, ainda assim conseguiram surpreender muitos dos presentes, captando todas as atenções com os gestos e expressões do teclista Ardek e o constante deambular em palco do vocalista Seregor. Temas como Charlie, logo a abrir, ou Blood Queen, foram alguns dos melhores momentos de uma actuação que incluiria ainda, perto do final, alguns hilariantes momentos de diversão entre Seregor e um manequim, culminando com Bloodstains on the Captain's Log este que foi um dos melhores concertos desta edição do festival.

Kamelot
2018-08-11 22:32
E, no palco principal, era a vez dos Kamelot finalmente regressarem a Portugal, para cerca de hora e meia de espectáculo. A actuação arrancou com Phantom Divine (Shadow Empire), do recente trabalho The Shadow Theory, com o vocalista Tommy Karevik de imediato a tomar o lugar central e dominar as atenções, bem acompanhado pela belíssima Lauren Hart nas harmonias e coros femininos. Apesar do grande enfoque da actuação nos trabalhos mais recentes da banda, houve lugar a alguns momentos de reminiscência, com The Great Pandemonium ou Karma a fazerem as delícias dos muitos fãs presentes. Center of the Universe foi um dos temas mais aclamados, bem como March of Mephisto, com Lauren Hart aqui a fazer as partes guturais. O público estava rendido, e ainda mais ficou quando foi referido que estavam a captar imagem para incluir num dvd a lançar brevemente. No final, Forever e Liar Liar foram a cereja no topo do bolo, um final apoteótico para um excelente concerto.

Enslaved
2018-08-12 00:27
A noite aproximava-se do fim e a temperatura desceu abruptamente, talvez para saudar os noruegueses Enslaved, que se seguiram no palco Stairway. A actuação teve um início que foi completamente para esquecer, com um péssimo som, "bem" acompanhado por umas igualmente péssimas luzes, que mal deixavam ver os músicos em palco. A pouco e pouco, tema após tema, as coisas lá se foram ajustando, ficando a ideia de que tínhamos visto 2 concertos completamente díspares no espaço de uma hora. Gostávamos de só ter visto o segundo.

Holocausto Canibal
2018-08-12 01:30
Para encerrar a noite, no palco Vagos, era a vez dos Holocausto Canibal debitarem o seu death/grind para o público resistente. Entraram de aventais banhados em sangue e geraram ainda algum mosh com uma actuação que incluiu mais de 2 dezenas de temas.

DIA 4
Stonerust
2018-08-12 15:31
O arranque do 4º e último dia do Vagos Metal Fest 2018 fez-se com os Stonerust, no palco Stairway. A banda de rock/stoner entrou com uma vocalista a usar uma máscara de porco na cabeça, que rapidamente foi retirada, certamente devido ao muito calor que se fazia sentir. O público era ainda pouco, com o cansaço a fazer-se sentir nos corpos dos festivaleiros, mas a banda foi mantendo a atitude rockeira, mostrando-se satisfeita e divertida.

Dark Embrace
2018-08-12 16:22
Os espanhóis Dark Embrace foram os senhores que se seguem no palco Stairway. Já tínhamos visto este quinteto aquando da sua passagem pelo Santa Maria Summer Fest, e novamente ficamos com a impressão de que esta é uma banda competente dentro do género gothic/doom, não sobressaindo particularmente, mas cumprindo com o esperado e garantindo alguma animação para um público que estava a demorar mais tempo do que nos dias anteriores a aparecer no recinto.

Schammash
2018-08-12 16:48
No palco Vagos era agora a vez dos enigmáticos Schammasch, banda que substituíra à última da hora os Sinister. Vestidos a rigor e envoltos em algum fumo, contando ainda com um jogo de luzes com momentos bem interessantes, revelaram-se como uma das surpresas deste último dia, com um black metal intenso com contornos ritualistas. Apenas foi pena o pouco público ainda presente, e a hora da actuação, que teria tido um efeito visual muito mais marcante sem tanta luz solar.

Feed The Rhino
2018-08-12 17:31
No palco Stairway seguiram-se os Feed the Rhino, banda de metalcore. Os músicos em cima do palco eram muitos e em constante movimento, o que acabou por contagiar o público, que lá começou os primeiros circle-pits do dia - e a primeira wall of death.

Ross The Boss
2018-08-12 18:09
Ross The Boss, o guitarrista que fez parte da formação inicial dos Manowar e com os quais gravou todos os álbuns clássicos da banda, desde 1982, com Battle Hymns, até a Kings of Metal, de 1988, presenteou a plateia com um conjunto de velhos hinos do heavy metal, numa actuação simples e segura, mostrando-se sempre bem disposto e satisfeito por ver e ouvir as muitas vozes que foram acompanhando temas como Kill With Power, Battle Hymn ou Blood of my Enemies. Momento alto: Hail And Kill, com muitas e muitas vozes a acompanhar, alto e bom som.

Integrity
2018-08-12 19:02
Depois do heavy metal clássico dos 80's, punk/hardcore no palco Stairway, trocando-se a melodia por uma grande dose de agressividade, trazendo de novo alguma movimentação ao público, que quase nem se terá apercebido dos chuviscos que resolveram começar a cair.

Municipal Waste
2018-08-12 20:00
Mas o melhor estava guardado para o palco Vagos, com os Municipal Waste a causar o caos completo. O thrash destes norte-americanos deu novas forças a pernas que pareciam cansadas de 4 dias de muita animação, e de repente o circle-pit regressou em toda a sua magnitude, e os corpos começaram a surgir sobre as cabeças, de tal forma que os seguranças tiveram de procurar reforços, e mesmo assim eram poucos para recolher os muitos crowdsurfers que inúmeras vezes repetiram o mesmo circuito.


Ensiferum
2018-08-12 21:18
Os finlandeses Ensiferum protagonizaram a novela do festival, ao terem visto os seus instrumentos musicais perdidos pela companhia aérea, estando a sua actuação em risco até ter sido encontrada uma original alternativa - um set acústico, um acontecimento que, de acordo com a explicação dada pela banda, terá sido por eles realizado apenas 2 vezes. Fomos, assim, brindados por um concerto único que poucos no mundo poderão afirmar ter visto, com temas como Twilight Tavern ou Token of Time a soar como se fossem saídos da banda sonora de um western. O público assistiu em completo êxtase, com alguns elementos a chegarem a fazer crowdsurf ao som das guitarras acústicas. O final chegou com Iron, com todo o povo a acompanhar nos la-la-la-la's.

Suicidal Tendencies
2018-08-12 22:32
No palco Vagos foi retomada a loucura com os históricos Suicidal Tendencies. A banda californiana, que desde 2016 conta com o monstro Dave Lombardo na bateria, abriu o set com You Can't Bring Me Down, e desde então foi um furioso turbilhão de corpos e muita acção sobre o palco e fora dele. A garra colocada na interpretação dos temas era muita, com um Mike Muir imparável e bem acompanhado pelos restantes membros, e temas como War Inside My Head, Possessed to Skate ou I Saw Your Mommy tiveram sempre uma reacção brutal por parte do público, mexendo-se e cantando a plenos pulmões. Para o final, estava ainda reservada uma enorme invasão de palco, pedida por Mike Muir. A multidão subiu as grades e juntou-se à banda em palco, cantando e saltando com a banda o tema final Pledge Your Allegiance. Um concertão, que não terá defraudado nenhum dos muitos fãs da banda.

Memoriam
2018-08-13 00:16
O palco Stairway encerrou actividades com o concerto dos Memoriam, banda dos ex-Bolt Thrower Karl Willetts e Andrew Whale. A banda teve origem apenas em 2016 mas conta já com 2 álbuns em carteira, e muito bem recebidos, pelo que esperávamos com alguma ansiedade por esta actuação. O público, no entanto, tinha já desaparecido em grande número do recinto, logo após o concerto de Suicidal Tendencies, ficando apenas alguns resistentes. O som voltou a fazer das suas, soando tudo embrulhado e desiquilibrado, e a chuva regressara, mais em força e de forma contínua, contribuindo também um pouco para o êxodo que ía acontecendo.

Rasgo
2018-08-13 01:16
O fecho do festival aconteceu com os Rasgo, no palco Vagos. O álbum Ecos da Selva Urbana tem tido direito a apresentação em diversos palcos nacionais, sempre com excelente reacção, e assim foi nesta última actuação da noite. Com temas como Ergue a Foice, Faca Romba ou Homens Ao Mar (Puxa), houve ainda forças para animar o circle-pit, sempre com o forte incentivo do vocalista Paulo Gonçalves. Uma actuação que terá surpreendido quem ainda não conhecia a banda, uma pedrada no charco, culminando em grande a edição de 2018 do Vagos Metal Fest.



Em jeito de conclusão, podemos afirmar que esta edição de 2018 do Vagos Metal Fest teve como pontos claramente positivos, a introdução de um segundo palco, acabando com os longos tempos mortos entre concertos, e a passagem de 3 para 4 dias, que ajudaram a criar todo um ambiente de amizade e diversão constante que aqui atingiu níveis bastante superiores aos vistos em edições anteriores. Nota-se a vontade constante de melhorar, com melhores condições no recinto e na zona de lazer.
Relativamente às bandas, houve alguns altos e baixos. Um cartaz de 4 dias naturalmente que exige um maior número de bandas do que nas anteriores edições de 3 dias, mas fica a sensação de que houve algumas escolhas que depois não se conseguiram encaixar nos melhores locais ou momentos, ou simplesmente não tinham público para a sua sonoridade. Fica a ideia de que não seria necessário começar tão cedo nem acabar tão tarde, e o que se pouparia nessas 8-10 bandas poderia ser usado para conseguir uns 2 ou 3 nomes de maior dimensão, capazes de ombrear com os cabeças de cartaz, chamando assim mais público - algo que ficou um pouco curto em relação às expectativas para esta edição. O festival, para crescer de forma sustentável, precisa de crescer também ao nível do público, e esperava-se que este tivesse comparecido em maior número. Notou-se uma boa casa principalmente no segundo dia, mas nos restantes pareceu estar um pouco abaixo do que tínhamos presenciado, por exemplo, no ano passado.
Finalmente, o ponto negativo da edição deste ano - o som. O som esteve muito abaixo do esperado, com muitos problemas ao longo de diversas actuações e ao longo dos 4 dias, chegando mesmo a haver cortes gerais a meio de algumas actuações. Não se esperava este tipo de situações nem este tipo de som num festival com a dimensão que o Vagos quer - e está - a atingir. Estamos, no entanto, certos de que esta situação será completamente revista pela organização.Como foi dito, é visível o esforço de melhoria contínua, ano após ano, por parte desta organização, pelo que tudo nos leva a crer que tudo farão para que estas situações não se repitam no futuro.

Foi claramente uma edição positiva, mais um passo dado em frente pelo Vagos Metal Fest no seu processo evolutivo. Esperamos que para o ano a aposta se repita, sem problemas de som e com uma maior assistência. Só assim o festival poderá crescer, algo que cremos que será do interesse de todos nós. Vagos É Aqui, Caralho!