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Reportagens de Concertos
Batushka - Hard Club
2018-09-25 | Hard Club

A sala 2 do Hard Club pintou-se de negro para receber o apoteótico regresso dos polacos Batushka a Portugal! A misteriosa banda tem estado a realizar a sua última tour dedicada ao seu álbum de estreia, o surpreendente Litourgiya, e nesta passagem por terras nortenhas contou ainda com a participação dos nacionais Gaerea para a abertura da noite.

Gaerea
0000-00-00 00:00 | 45 min
A sala estava já praticamente cheia quando o quinteto luso deu início ao espectáculo, num palco decorado com banners laterais e o microfone colocado sobre um tronco de madeira ladeado por numerosos ramos. Apresentaram-se com as suas habituais máscaras em forma de gorro que lhes cobria totalmente a cabeça, e braços e mãos pintados de preto, debitando desde logo o seu furioso black metal com toques de doom, repleto de dissonâncias e apontamentos melódicos, em combinações sonoras que nos transportavam para outras paragens. O número de cabeças a abanar no meio do público não era muito elevado, mas os olhos estavam todos vidrados em direcção ao palco, como que hipnotizados pelos temas e pela sempre emotiva prestação em palco do vocalista, que mesmo sem mostrar a face conseguia cativar atenções com os seus gestos e a ocasional confrontação inesperada com algum ramo do suporte do microfone. Os cerca de 40 minutos da actuação passaram num instante, com um crescendo de intensidade que culminou da melhor forma, com o excelente tema Catharsis, ao qual se seguiu um longo e ruidoso aplauso por parte de todo o público presente, demonstrando desta forma a satisfação por esta actuação de uma banda que mais uma vez demonstra toda a sua qualidade, sendo 0s Gaerea cada vez mais um dos grandes valores do metal nacional, nos dias de hoje.


Batushka
0000-00-00 00:00 | 45 min
Depois de uma mudança de palco um pouco mais demorada do que o habitual, dada a grande quantidade de equipamentos e elementos decorativos que tiveram de ser montados em palco, eis que se deu a entrada em cena dos Batushka. O palco tornou-se pequeno para os 8 elementos, sobrando espaço apenas no centro para o líder da celebração que se iria seguir. O concerto arrancou conforme o álbum Litourgiya e seguiu pela mesma ordem, exactamente da mesma forma que os tinhamos visto fazer nas duas actuações da banda que tivemos oportunidade de assistir anteriormente - na referida passagem por Vagos, e também no Wacken Open Air, numa actuação que terminou abruptamente com um fecho de cortina, sinal de que o tempo limite da actuação tinha sido atingido. Aqui não houve términos abruptos e o público nacional teve direito a assistir à missa por inteiro, uma sucessão de salmos onde as guitarras cortantes e a voz gutural se combinavam com sussuros e coros eclesiásticos, gongos ou pequenos sinos, causando-nos mais uma vez um misto de sensações tão únicas quanto a sonoridade apresentada por estas misteriosas personagens. Ao longo da actuação, a celebração foi sendo reafirmada com algumas intervenções como um acender de velas, o espalhar de incenso ou a apresentação ao público do quadro da Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, figura central da capa de Litourgiya e imagem reverenciada pela Igreja Ortodoxa, que serve de inspiração tanto visual como sonora da banda. A actuação chega ao fim e a água benta lançada sobre as nossas cabeças foi-nos trazendo de volta para a realidade, ainda com uns cânticos e coros em pano de fundo - ou dentro da nossa cabeça? Vagarosamente, os fiéis começaram a abandonar o local de culto. A celebração chegara ao fim, mas as memórias desta excelente noite perdurarão.