A banda de hardcore Challenge, oriunda de Caldas da Rainha, subiu ao palco às 21h30 para dar início ao
espectáculo. O público ainda não tinha chegado ao recinto e as primeiras músicas foram tocadas para poucas dezenas
de pessoas.
O vocalista Edgar mostrou muita energia e sempre a saltar cantou músicas rápidas. Tal como as
músicas, rapidamente a Sala 1 do Hard Club começou a ganhar público. Durante o concerto aproveitou para nomear
alguns dos presentes no público e agradecer a sua presença, tendo ainda tempo no final para dedicar uma música ao
seu amigo Sérgio, falecido o ano passado.
Os Mr. Miyagi foram a segunda banda a subir ao palco. Com o terceiro álbum de originais There’s
no Destiny... Enjoy the Ride fresquinho, prometiam um concerto com grande nível. No seu estilo punk/ rock
n’roll, os Mr. Miyagi conseguiram que o público enchesse a Sala 1 bem depressa. O vocalista
Ciso San aparece-nos descalço e sempre que pode desce do palco para cantar junto do público. O
facto de o microfone ter fio não ajudou no alcance do público que estava mais para trás. O mosh pit abriu neste
concerto.
De Lisboa chegam os Simbiose. Com uma sonoridade mais aproximada da dos cabeças de cartaz desta noite,
a sala ficou ainda mais composta, e com o seu estilo crust/metal/punk, com algumas influência Grindore, levou o
público aos primeiros stage dives. O vocalista Jonhie incitou ainda mais ao fazer um concurso em
que o melhor stage dive ganhava um cd da banda. Como já nos têm habituado, este foi um concerto bem movimentado,
particularmente por parte de Jonhie, sempre lá à frente, cheio de raiva e energia. O público
correspondeu, aquecendo o ambiente e ao mesmo tempo preparando-se para Ratos de Porão.
Faltava pouco para as 00h00 quando os Ratos de Porão entraram em palco, sendo o concerto da banda de
João Gordo iniciado com Contando os mortos, numa actuação que fez o público vibrar
desde o primeiro até ao último minuto do concerto. Também houve stage dive, mas de forma interrupta, pois os
seguranças acabaram por impedir o público de subir, e quando não conseguiam ser suficientemente rápidos, era o
próprio João Gordo a tratar de os devolver para fora do palco. O público não deu mesmo descanso e
músicas como Crucificados pelo Sistema, Morrer, Beber até Morrer foram
ouvidas e entoadas por uma Sala 1 repleta que vibrava a cada batida. Pelo meio, João Gordo ainda
usou por largo tempo uns óculos vindo do público, pedidos de volta mais tarde com um alto, sonoro e bem nortenho "Ó
João! Dá-me os óculos, caralho!". Outro dos muitos momentos altos do concerto, a música Aids, Pop, Repressão
, pedida e acompanhada pelo público, em altos brados, mas todos os temas até ao final foram autênticos hinos
de raiva e revolta cantados e sentidos por todos. No final, a Sala 1 do Hard Club lá se foi esvaziando, saindo todos
com enormes sorrisos nos lábios e muito suor à mistura.