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Reportagens de Concertos
Laurus Nobilis Music Famalicão 2018
2018-07-26 - 2018-07-28 | Louro

A edição deste ano do Laurus Nobilis Music Famalicão sofreu uma brutal reformulação, passando a dedicar os 3 dias do evento em exclusivo às sonoridades mais pesadas. Uma aposta que nos pareceu ter sido ganha, não só pelo número bem superior de campistas, por comparação com o que nos foi dado ver nas edições anteriores, mas também pelo espírito que se ia sentindo ao longo do festival.

DIA 1
Atreides
2018-07-26 19:45
No primeiro dia de festival apenas houve concertos no palco secundário, que este ano era patrocinado pela cerveja oficial do festival, a Estrella Galicia. À imagem do ano anterior, o palco encontrava-se na zona de acesso livre, perto da zona de alimentação. Coube aos espanhóis Atreides o primeiro concerto do dia, tarefa que encararam com um misto de garra e alguma timidez à mistura. O público era ainda muito pouco, dado que era um dia de semana e a tarde ainda ia a pouco mais de meio, e o heavy metal apresentado não chamou muito a atenção dos poucos presentes.

Booby Trap
2018-07-26 20:45
Depois da melodia, veio a energia dos Booby Trap. O thrash/crossover trouxe alguma animação ao público que aos poucos ia aparecendo, com temas como O Bom, o Mae e o Filho da Puta e com o vocalista Pedro Junker sempre em movimento sobre o palco. A cover de Ace of Spades, o eterno clássico dos Motörhead, fechou o concerto em beleza.

Cruz de Ferro
2018-07-26 21:50
Seguiram-se os Cruz de Ferro, com o seu heavy metal épico, cantado em português. A banda de Torres Novas divide opiniões, mas muitos foram convencidos por temas como Morreremos de Pé, vendo-se muitos braços no ar e vozes a acompanhar em coro.

Infraktor
2018-07-26 23:00
O final do primeiro dia chegou com os Infraktor. A banda de thrash apresentou o seu álbum de estreia Exhaust e fez levantar o pó no recinto com a sua sonoridade mais agressiva. Destaque para o tema Son of a Butcher e para a cover de Pantera Strength Beyond Strength com que encerraram em grande este primeiro dia do festival.

DIA 2
Sotz
2018-07-27 16:30
O segundo dia do Laurus Nobilis abriu com o death metal dos Sotz' no palco secundário. À imagem do que tinha acontecido no dia anterior, o público era ainda muito escasso, mas os poucos presentes puderam assistir a uma boa actuação deste colectivo nortenho que tem vindo a mostrar sinais cada vez mais positivos de cada vez que os vemos.

Needle
2018-07-27 17:15

In Vein
2018-07-27 17:35
E o mesmo podemos dizer dos senhores que se seguiram. Os In Vein têm apresentado uma grande evolução e conquistado o seu lugar no meio metálico, com o vocalista António Rocha em destaque, protagonizando actuações cheias de uma energia contagiante, como se pôde observar, com o circle-pit a entrar em acção, havendo ainda lugar a um wall of death. Ponto alto da actuação com o tema Satan.

Nine o Nine
2018-07-27 18:40
O último concerto da tarde a acontecer no palco Estrella Galicia foi o dos Nine O Nine, projecto do conhecido guitarrista Tó Pica que conta com Sérgio Duarte na voz e baixo. Com uma sonoridade bem menos agressiva do que a apresentada pelas bandas anteriores, foram perdendo a atenção da parte do público adepta de sonoridades mais pesadas. O humor nas intervenções de Sérgio Duarte e os momentos de guitar-hero de Pica foram obtendo algumas reações por parte do restante público que permaneceu.

Hills Have Eyes
2018-07-27 20:15
A estreia do palco principal do Laurus Nobilis - o palco Porminho - fez-se com os setubalenses Hills Have Eyes. A banda de metalcore entrou em palco com a garra que lhe é característica, sempre animada e mantendo muito contacto com o público. Apesar do género musical estar longe de ser consensual, o número de fãs na assistência era elevado, todos eles bastante entusiasmados com a actuação.

Equaleft
2018-07-27 21:30
Seguiu-se o groove dos Equaleft, que se apresentaram com André Matos no baixo. Como habitualmente, o sempre irrequieto Miguel Inglês tomou conta dos acontecimentos e rapidamente o caos tomou conta do público, com um enorme circle-pit e alguns corpos pelo ar. Numa actuação de alto nível, um especial destaque para Maniac, tema que Miguel Inglês cantou enquanto fazia crowdsurf.

Septicflesh
2018-07-27 23:00
E, da Grécia, os muito aguardados Septicflesh. Apesar de já terem passado por cá um par de vezes nos últimos anos, fizeram-no sempre como banda de suporte, pelo que esta foi finalmente uma oportunidade de os ver com um pouco mais de tempo de palco. Antes do arranque, em homenagem às vítimas dos fogos que grassaram na Grécia, foi pedido ao público pela organização do evento um longo aplauso, com resposta pronta, forte e sentida por parte dos presentes. O arranque fez-se pouco depois, com Portrait of a Headless Man, do novo Codex Omega, seguindo-se The Vampire of Nazareth. Seth Siro estava um pouco preso de movimentos por ter deslocado o ombro, há algumas semanas atrás, mas pouco ou nada se notou, tal a forma como ía intervindo ou gesticulando. O público estava em êxtase, com os temas brutais a seguirem-se em catadupa, atingindo-se o auge com Dante's Inferno, que seria também dedicado por Siro às referidas vítimas dos incêndios. Para o encore, Anubis fez-se ouvir por muitas das vozes da assistência, chegando a actuação de seguida ao fim com Dark Art.

Mata Ratos
2018-07-28 00:45
A rebaldaria continuou com os Mata Ratos em palco. Com Miguel Newton a deambular de forma constante e ininterrupta de um lado para o outro do palco, foram debitando clássico atrás de clássico, todos cantados em coro com o muito público que não arredou pé e não parou de cantar, saltar e dançar.

WEB
2018-07-28 02:00
O palco principal tinha encerrado, mas a noite reservava-nos havia ainda uma última actuação. A histórica banda portuense Web entrou em palco com uma energia contagiante, e temas como Mortal Soul ou (In)Sanity foram acompanhados por muitos resistentes. Destaque para o guitarrista Filipe Ferreira, que se mostrou particularmente exuberante, numa actuação globalmente muito bem conseguida, um excelente fecho para este segundo dia.

DIA 3
Legacy of Cynthia
2018-07-28 16:35
O terceiro e último dia do Laurus Nobilis abriu com os Legacy of Cynthia. A banda de Sintra entrou em palco perante um calor abrasador, mas o seu metal alternativo conseguiu convencer algum público a abandonar a sombra e aproximar-se do palco para assistir a temas como Cabaret ou Walking Cadavers. Destaque para o visual exuberante e excelente presença em palco do vocalista, sempre em acção e a contagiar os restantes colegas e um público que terá ficado certamente satisfeito com esta primeira actuação da tarde.

Gurilla
2018-07-28 17:25

Low Torque
2018-07-28 17:45
Seguiram-se os Low Torque, banda de Palmela que partilha alguns membros com os Nine O Nine, que haviam tocado no dia anterior. Apresentaram um conjunto de temas que combinavam o rock alternativo com o peso do metal e uns riffs cheios de groove, que iam fazendo algumas cabeças abanar.

Revolution Within
2018-07-28 18:38
O último concerto da tarde no palco Estrella Galicia foi protagonizado pelos Revolution Within. A banda de Vila de Feira, que aproveitou para apresentar o seu novo baterista Rúben Moreira, colocou o público a mexer com a habitual intensidade dos seus temas. O vocalista Raça nem precisou de pedir muito, pois a enchente de público já deixava antever que algo de animado se ia passar, e de facto poucos acordes bastaram para o circle-pit dar um ar da sua graça. Destaque para o tema Pull the Trigger, que contou com a participação em palco de Diogo Pardal, a acompanhar Raça.

The Temple
2018-07-28 20:20
A multidão dirigiu-se então para o palco Porminho, onde os The Temple estavam prestes a arrancar o que viria a ser um concerto poderoso e bem animado. Sempre bem dispostos, rapidamente convenceram o público a entrar na festa, com o circle-pit a fazer levantar o pó no recinto.

Crisix
2018-07-28 21:40
Seguiram-se os Crisix, e quem esperava um concerto de thrash genérico por parte destes espanhóis, enganou-se redondamente. Abriram a todo o gás, levando logo o público à loucura. Se em cima do palco ninguém parava quieto, no meio do público só se via uma enorme nuvem cinzenta, em constante rotação. O momento mais épico da noite aconteceu quando todos os membros da banda resolvem trocar de instrumentos uns com os outros, e partir para a FIESTA, tocando um medley de covers que visitou temas Fight For Your Right (To Party) e Killing In The Name Of. O final chegaria pouco depois, em completa apoteose, com o vocalista e os 2 guitarristas a saltarem para o meio do público, tocando e cantando enquanto eram levados em ombros, no meio do circle-pit. Enorme concerto!

Tarantula
2018-07-28 23:00
Depois do enorme concerto dos Crisix, coube aos nossos veteranos Tarantula a difícil tarefa de dar continuidade ao festival. O concerto incluiu algumas passagens interessantes, onde se incluem Highway to Glory ou End of the Rainbow, mas que acabaram por ser a excepção numa actuação que soou, na sua maioria, lenta e previsível, sem surpresas ou grandes momentos de excitação. Se a banda surpreendeu, num passado recente, ao recuperar os temas do álbum Kingdom of Lusitania, talvez fosse oportuno recordar que o Tarantula III está a fazer um quarto de século de existência, estando aqui uma oportunidade de "renovar" um pouco a setlist.

Dark Tranquillity
2018-07-29 00:40
O público voltou a encher o recinto com a chegada dos cabeças de cartaz deste dia, os suecos Dark Tranquillity. As luzes e fumo em palco foram um pesadelo para os fotógrafos de serviço, mas ajudaram a criar um ambiente mágico, com a banda a mostrar-se em grande forma e a criar um enorme espírito de comunhão com o público, que cantou e acompanhou de braços no ar na maioria dos temas - que foram muitos e interpretados de forma perfeita. O momento alto seria atingido no encore, com a dupla final Lost to Apathy e Misery's Crown.

Godiva
2018-07-29 02:00
O Laurus Nobilis Music Famalicão estava prestes a chegar ao fim, mas havia ainda um último concerto, no palco Estrella Galicia, com o regresso ao activo dos The Godiva, depois de quase uma década de interregno. Apresentaram-se em palco equipados a rigor, com vestes e pinturas faciais que combinavam com o ambiente criado em palco com um bom jogo de luzes e fumo. O som esteve um pouco abaixo do esperado, com os instrumentos a soarem um pouco embrulhados, mas a actuação fez por ultrapassar esse lapso técnico, fechando em grande este terceiro e último dia de Laurus.


Estava concluído mais um Laurus Nobilis Music Famalicão, este com uma nova roupagem e totalmente dedicado aos sons mais pesados. Fica a ideia de esta ter sido uma aposta ganha, com um número muito interessante de público presente, principalmente dos 2 dias "principais", criando-se um espírito entre os festivaleiros que não se tinha ainda visto nas edições anteriores. Fica a ideia de que este festival tem condições para manter esta aposta e continuar a crescer, esperamos que assim aconteça. Até para o ano, Laurus!