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Reportagens de Concertos
Vagos Metal Fest 2019
2019-08-08 - 2019-08-11 | Quinta do Ega

O ritual repete-se todos os verões, logo no início de Agosto. Fazemos as malas, escolhemos uns cds para a viagem e metemo-nos à estrada, só mais um dos muitos carros cheios de gente vestida de preto que nestes dias foram percorrendo múltiplas estradas por este país fora com destino à capital lusa do Metal - Vagos! Mais um Vagos Metal Fest! Mais uma oportunidade para rever velhos conhecidos, travar novas amizades e ver e ouvir muita e boa música, ao longo de 4 dias e 38 concertos!

A chegada a Vagos fez-se por estradas já bem conhecidas. Eram muitas as caras sorridentes que se iam cruzando, de tendas e mochilas às costas ou a arrastar geleiras bem recheadas, tudo preparado para fazer deste mais um dos melhores verões de sempre! E foi com este espírito que todos fomos descendo pelo habitual trajecto que nos fez atravessar a zona de campismo e a zona de restauração até ao muito aguardado regresso ao recinto onde iriamos passar a maior parte destes 4 dias...


DIA 1
Diesel Humm!
2019-08-08 17:22
O arranque do Vagos Metal Fest fez-se com os Diesel Humm!. A banda celebrava 20 anos de rock'n'roll e deu o seu máximo para chamar a atenção a um público que ainda estava a começar a chegar ao recinto.

Basalto
2019-08-08 18:08
Seguiram-se, no mesmo palco, os Basalto. A banda de stoner originária de Viseu tem apenas 4 anos de existência, mas desde cedo mostrou que sabia o que queria, contando já com 2 álbuns em carteira - Basalto (2016) e Doença (2018) - e uma sonoridade bem definida. O público, que naturalmente continuava a ir chegando, foi abanando o capacete ao longo de uma actuação que arrancou um pouco fria mas foi crescendo à medida que os acordes se iam entranhando nos nossos ouvidos.

Burn Damage
2019-08-08 18:52
O palco principal desta edição do Vagos Metal Fest foi pisado pela primeira vez pelos lisboetas Burn Damage. O público ia crescendo para números já bem interessantes, dado o dia e a hora, e foi formando alguns circle pits ao longo de uma actuação animada, em que Inês Freitas esteve em destaque, com o seu vozeirão e alguma movimentação, contrastando com os seus colegas de palco, que se mostraram bem mais estáticos. A banda aproveitou para apresentar um tema novo, Fire Walk With Me, a editar brevemente; a chuva, por seu lado, começava a dar sinais mais sérios do que estaria para vir.

Painted Black
2019-08-08 19:36
Regresso ao palco secundário para os também nacionais Painted Black. A banda de gothic/doom acalmou um pouco o ambiente, com uma prestação muito bem conseguida, sempre liderados pelo carismático vocalista Daniel Lucas. Apresentaram uma sonoridade bastante amadurecida, uma prestação segura e um punhado de grandes temas, como The Rain in June, aqui apresentada como The Rain in August, dada a instabilidade atmosférica que nos atingia, ou a enorme Via Dolorosa, com que encerraram.

Jinjer
2019-08-08 20:34
Era chegada a vez dos Jinjer, um dos nomes mais aguardados deste primeiro dia, e nem a chuva constante que se abateu sobre todos nós fez esmorecer o público presente, que insistentemente chamava por Tatiana, a irrequieta vocalista desta banda ucraniana. O mix de groove e metalcore que compõe a sua sonoridade rapidamente colocou as cabeças a abanar e incentivou ao mosh e ao crowdsurf, num fluxo constante ao longo desta actuação que nos trouxe alguns temas de Micro, o EP editado no início do ano, com o restante enfoque a recair no anterior álbum King of Everything.

Process of Guilt
2019-08-08 21:52
A chuva tinha finalmente diminuido de intensidade quando os Process of Guilt subiram ao palco secundário, mas sem nos abandonar em definitivo, o que foi adicionando novos contornos ao habitual jogo de fumo, sombras e contra-luz que a banda de Évora costuma apresentar nas suas actuações. O ambiente desolador que se fazia sentir encaixou na perfeição no som depressivo e hipnotizante que se fazia ouvir, tornando a actuação ainda mais intensa do que aquilo a que nos têm vindo a habituar. Um dos pontos altos foi a inevitável Fæmin, malha poderosíssima.

Candlemass
2019-08-08 23:12
O maior nome da noite subiria ao palco principal logo de seguida - os míticos Candlemass, que se apresentaram com o seu vocalista original Johan Längqvist, que regressara à banda no ano passado, após uma ausência de 32 anos! Epicus Doomicus Metallicus teria de ser, naturalmente, o álbum de maior enfoque da actuação, mas também houve lugar a temas clássicos do Nightfall e também ao single Astorolus - The Great Octopus, do mais recente The Door to Doom. A abertura fez-se com The Well of Souls, com Längqvist a apresentar-se em bom plano, compensando algumas falhas técnicas com uma forte presença e conquistando o público com a sua simpatia e com a teatralidade que foi colocando ao longo da actuação. Por seu lado, Lars Johansson foi igual a si próprio, com uma presença imponente e inabalável enquanto debitava riff após riff e solo após solo, e nota de destaque também para o saudado regresso aos palcos de Leif Edling, membro fundador da banda, após os problemas de saúde que o têm impedido de actuar ao vivo desde 2014. A actuação contou ainda com clássicos como Mirror Mirror, Bewitched, A Sorcerer's Pledge ou a Solitude, tema de encerramento, e terá certamente conquistado muita gente do público, pelas reações que podemos ir observando. Um dos melhores concertos do festival, com momentos verdadeiramente épicos!

Equaleft
2019-08-09 00:42
Regresso ao palco secundário para a actuação dos Equaleft. Apesar do frio e da chuva, que ganhava novamente uma maior intensidade, foi ainda muito o público que permaneceu para assistir a esta também intensa actuação. O groove dos temas da banda nortenha não deixa ninguém indiferente, pelo que rapidamente se observaram várias cabeças a abanar, alguns corpos pelo ar e até mesmo alguns circle pits, com o público sempre a seguir o incentivo constante dado, sobre o palco, pelo também sempre activo Miguel Inglês.

Dallian
2019-08-09 02:12
O final deste primeiro dia coube aos Dallian, ainda com a companhia da forte chuva que teimou em não nos abandonar. O álbum Automata, lançado no ano passado, foi uma enorme surpresa e a banda de Leiria merecia melhor sorte, pois o mau tempo e o cansaço acumulado acabaram por retirar muito público a um concerto que iria certamente surpreender, dada a muita qualidade do death metal sinfónico por eles apresentado.

DIA 2
Ways.
2019-08-09 16:01
O segundo dia de Vagos arrancou com a banda francesa @band]Ways. a apresentar o seu metal alternativo no palco secundário. O público era ainda muito pouco mas a banda não se mostrou afectada, mostrando-se com muita energia sobre o palco e também fora dele, com o vocalista a descer para o meio da assistência por largos minutos.

Okkultist
2019-08-09 16:53
Seguiram-se os [band}Okkultist, também no palco secundário, numa actuação que pareceu ter arrancado com algum atraso em relação ao previsto. As atenções estiveram focadas, naturalmente, em Beatriz Mariano, que se apresentava toda de negro, de face pintada de vermelho e negro, olhos também vermelhos, e transportava consigo um enorme estandarte com a caveira de um bode em tons dourados. O black metal debitado ia fazer abanar algumas cabeças, mas a actuação acabou por ser mais curta do que o planeado, após o já referido atraso inicial, e o som teve mesmo de ser cortado para dar lugar à actuação seguinte, no palco principal, perante a admiração de público e músicos.

Redemptus
2019-08-09 17:16
A actuação dos Redemptus, no palco principal, arrancou mal o som foi cortado no palco secundário. O sludge deste trio continuou a aquecer um público que continuava aos poucos a surgir no recinto.

Exumer
2019-08-09 17:54
Com os Exumer chegou o bom velho thrash germânico! A banda formada nos anos 80 estreava-se em Portugal, e protagonizou os primeiros momentos de verdadeira emoção desde 2º dia, com o público a finalmente soltar as amarras e formar circle pits de dimensão considerável, vendo-se também muito crowdsurf.

Necrophobic
2019-08-09 18:39
No palco principal, era a vez dos Necrophobic nos trazerem o seu black/death. Normalmente este tipo de bandas perde bastante quando tocam durante o dia, pedindo um ambiente mais escuro, neste caso acabaram por não sofrer tanto quanto se poderia esperar - ainda que esta actuação tenha estado uns furos abaixo da que os vimos realizar, há uma semana atrás, no Wacken Open Air, em ambiente de tenda. Comparações à parte, este foi, ainda sim, um concerto bem positivo, com a sempre contagiante presença em palco do vocalista Anders Strokirk, que ia acompanhando com divertidas poses maléficas a sua prestação, apenas para logo de seguida se mostrar com um desconcertante sorriso de orelha a orelha. Toda a restante banda se mostrou em bom nível, com alguma interação entre eles e também com o público, numa clara subida de nível relativamente às anteriores actuações deste dia, com ofinal, com Revelation 666 e The Nocturnal Silence, a mostrar-se particularmente apoteótico!

Týr
2019-08-09 19:43
O palco secundário dava agora lugar aos vikings das Ilhas Faroe Týr. A actuação rapidamente conquistou o público, que respondeu com diversos "Heys" ao longo dos refrões orelhudos (ainda que com letras em línguas incompreensíveis), com muito crowdsurf e até com um momento em que se sentaram no chão para remar, durante Tróndur í Gøtu. Sobre o palco, enquanto Heri Joensen agradecia toda a animação, Gunnar Thomsen incentiva-a, sempre de sorriso nos lábios e estabelecendo contacto com o público. Alguns dos pontos mais altos foram com By The Sword In My Hand e Hold The Heather Hammer High, com os refrães a serem cantados em coro por todos os presentes.

Primal Fear
2019-08-09 20:44
Os Primal Fear foram os ocupantes seguintes do palco principal. A banda germânica de power metal liderada por Ralf Scheepers mostrou ser uma máquina bem oleada, com todos os músicos plenamente conscientes dos respectivos papéis sobre o palce, e ao fim de poucos instantes tinha o público a acompanhar ao longo de temas como Final Embrace, Nuclear Fire ou Chainbreaker. Para o final, estava reservado o hino Metal Is Forever, no que seria o momento mais alto da actuação.

Watain
2019-08-09 21:54
O palco secundário pintou-se de vermelho para a actuação dos Watain. Várias tochas iam iluminando o palco, decorado com enormes cruzes invertidas e um enorme tridente, também ele em chamas, quando os músicos, de faces pintadas, foram surgindo em contra-luz para o que terá sido a melhor actuação da noite. Apresentando o seu álbum Trident Wolf Eclipse, do ano passado, mas sem deixar de passar por temas obrigatórios de trabalhos anteriores, proporcionaram um espectáculo inesquecível, juntando à já descrita parafernália que se encontrava sobre o palco uma prestação onde a emoção e a teatralidade andaram lado a lado, transportando-nos como que para o interior de um intenso filme, tal era a forma como atacavam os nossos sentidos. Especial destaque, naturalmente, para Erik Danielsson, sempre a roubar a nossa atenção com a forma como a sua presença dava corpo a todo o espectáculo!

Six Feet Under
2019-08-09 23:05
Regresso ao palco principal para Chris Barnes se estream em Portugal com os seus Six Feet Under. O histórico ex-membro dos Cannibal Corpse roubou as atenções com a sua expressiva forma de estar em palco numa actuação que pareceu demasiado curta, apesar dos temas tocados até terem sido muitos. O death'n'roll curto e rápido colocou todo o público em ebulição, com um mar de corpos a passar sobre as cabeças e a dar muito trabalho aos seguranças, que não iam tendo mãos a medir. O encore trouxe-nos o momento mais alto da actuação, ao recuperar Stripped, Raped and Strangled e Hammer Smashed Face, clássicos dos já referidos Cannibal Corpse.

Godiva
2019-08-10 01:00
Se a actuação dos Six Feet Under pareceu curta, por outro lado o tempo de espera que antecedeu a última actuação da noite pareceu extremamente longo. É verdade que não é todos os dias que vemos uma orquestra sobre um palco num festival de metal, pelo menos por terras lusas, e que a logística para garantir cerca de meia centena de músicos e respectivos instrumentos em palco estará longe de ser simples, mas esta espera excessiva deveria ter sido evitada - um arranque logo após o concerto do palco principal iria apelar à curiosidade do público que estivesse de saída, enquanto este atraso perdeu não só essa fatia de público mas também aqueles que gostariam de ver mas acabaram por desistir, fugindo de uma noite que se tinha tornado bastante fria. Para o número, ainda assim razoável, de pessoas que ficaram, a espera acabou por valer bem a pena, pois os The Godiva protagonizaram um excelente espectáculo, em conjunto com a The Purgatory Orchestra. Se é verdade que em festivais como o Wacken Open Air, este tipo de actuações combinadas com orquestra acontecem praticamente todos os anos, neste canto da península são ainda uma perfeita novidade, pelo que os riscos seriam muitos, tanto na aceitação por parte do público como na própria realização - técnica e musicalmente. Podemos assegurar que o público se rendeu ao que viu e ouviu, dado o longo aplauso com que premiou todos os músicos no final da actuação, e que tinha razões para isso, pois assistiram a um excelente espectáculo, com banda e orquestra a encaixarem muito bem as suas sonoridades, notando-se que houve muito trabalho por trás para combinar todas as partes. O som esteve também bastante bom, sem grandes sobreposições, permitindo captar toda essa muralha sonora que ia sendo produzida em palco. Visualmente, houve também espectáculo, com a banda a conseguir apresentar-se com um surpreendente à vontade, mesmo tendo de partilhar o palco com mais 50 pessoas. As pinturas e a postura cativaram também as atenções, num interessante contraste com a natural sobriedade mantida pelos músicos da orquestra. Uma experiência única por cá, e que gostaríamos de ver repetida por mais bandas, pois são estas actuações que acabam por ficar na memória de todos.

DIA 3
Aborted
2019-08-10 15:58
O terceiro dia do Vagos Metal Fest arrancou a toda a força, com os Aborted, um nome grande do death/grind, no palco secundário. A banda viu-se forçada a tocar mais cedo do que normalmente seria de esperar pois teria um vôo para apanhar para no dia seguinte tocar em Inglaterra, no Bloodstock Open Air, deixando ainda o compromisso de voltar brevemente para compensar os seus fãs. E estes era muitos, a avaliar pela quantidade de pessoas presentes a esta hora, e fizeram com que o circle pit e o crowdsurf arrancassem também eles em força neste terceiro dia.


Repulsive Vision
2019-08-10 17:02
O death metal continuou no palco secundário com os ingleses Repulsive Vision. A banda inglesa tentou dar continuidade à animação que se tinha verificado na actuação anterior, perante um público que se mostrou naturalmente mais curioso e menos efusivo.

Midnight Priest
2019-08-10 17:23
O palco principal abriu com os nossos Midnight Priest e o seu heavy metal sempre a rasgar. Foram muitos os braços no ar e as cabeças a abanar com temas como Hellbreaker ou os inevitáveis e sempre muito aclamados Rainha da Magia Negra e À Boleia Com o Diabo.

Infraktor
2019-08-10 17:55
Regresso ao palco secundário para a actuação dos Infraktor, que com o seu thrash colocou novamente o público em movimento logo desde o arranque. Numa actuação bastante competente, destaque para o momento, perto do final, em que a banda contou com a presença em palco de Raça, dos Revolution Within, para acompanhar Hugo Silva no tema Ferocious Intent - primeiro single de Exhaust, que contou também com esta mesma participação na gravação em estúdio.

S.D.I.
2019-08-10 18:37
O thrash continuou com os S.D.I., no palco principal. Mesmo sem ter novos lançamentos de estúdio desde o longínquo ano de 1989, o trio germânico não deu descanso ao público, que respondeu muito bem a esta sonoridade ao bom velho estilo alemão, e mais uma vez os seguranças não tiveram mãos a medir para dar resposta ao fluxo constante de crowdsurfers com que se depararam, que teve o seu expoente máximo no poderoso final com Megamosh e Quasimodo.

Letters From The Colony
2019-08-10 19:39
No palco secundário, chegou a vez do death metal progressivo com os Letters From The Colony. A actuação visitou grande parte do único álbum da banda, Vignette, com a banda a conseguir trazer para o palco a enorme qualidade técnica que já havia demonstrado em estúdio.

Alestorm
2019-08-10 20:37
Era chegava a hora de festa, com os piratas da Escócia, Alestorm! A banda liderada por Christopher Bowes é sempre sinónimo de festa, e o enorme pato de borracha que eles incluiram em palco serviu de aviso para o que se seguiria, pois o público trouxe também os seus próprios insufláveis e rapidamente se viram várias boias a voar sobre a multidão, ou alguns crowdsurfers a navegar sobre as cabeças do público enquanto se tentavam manter montados sobre um unicórnio ou um tucano insufláveis. Sobre o palco, a animação era também muita, com temas como Keelhauled, The Sunk'n Norwegian ou Mexico a serem interpretadas sempre com enormes sorrisos e acompanhadas por um enorme coro - e constante crowdsurf - até ao monumental final com Drink e finalmente Fucked With an Anchor. A maior festa do festival!

Death Angel
2019-08-10 21:59
Da festa do insuflável passou-se para a festa do circle pit, com os Death Angel. A banda de thrash da Bay Area percorrer praticamente todos os melhores temas da sua discografia e não deu descanso a uma assistência que não dava sinais de pedir descanso, e malhas como Claws in So Deep, Seemingly Endless Time ou a final Mistress of Pain foram parte do combustível responsável por manter o círculo em rotação.

Satyricon
2019-08-10 23:14
Regresso ao palco principal para assistir ao que terá sido provavelmente o melhor concerto do festival. Muito aguardados por todos, os Satyricon deram uma longa e brilhante actuação perante uma multidão que rapidamente ficou siderada pelo que estava a ver e ouvir. Com umas constantes e adequadamente frias luzes azuis sobre o palco, Satyr mostrou-se sempre com poses e gestos extremamente expressivos, numa atitude tanto altiva quanto emotiva, mas sempre cativante. Dezena e meia de temas foram desfiados ao longo de cerca de hora e meia de, abrindo com Midnight Serpent, do mais recente álbum Deep Calleth Upon Deep, passando por Now, Diabolical, Supersonic Journey ou a hipnotizante To Your Brethren in the Dark, ficando para o final um poker de clássicos com Mother North, The Pentagram Burns, Fuel for Hatred e K.I.N.G.. Uma actuação brilhante, das mais memoráveis da história deste festival.

Wormwood
2019-08-11 00:55
Tarefa difícil que se adivinhava para os Wormwood, a de encerrar este 3º dia, depois do enorme concerto que acabara de ter lugar no palco principal. O black metal com contornos melódicos destes suecos conseguiu ainda assim captar as atenções do público e manter muita gente até ao fim, não só com a sua sonoridade mas também com uma excelente utilização de fumo e sombras, criando um ar de misterioso sobre o palco. A actuação arrancou com Tvehunger, do seu novíssimo trabalho Nattarvet, mas incluiu também temas do anterior Ghostlands: Wounds from a Bleeding Earth, como Beneath Ravens And Bones. Um bom final para um excelente 3º dia.

DIA 4
Vendetta FM
2019-08-11 15:58
O 4º e último dia do Vagos Metal Fest arrancou no palco secundário com os Vendetta F.M.. Era já bem perceptível o cansaço dos festivaleiros, estando ainda muito pouco público presente para assistir ao hardcore destes espanhóis. Apesar disso, o vocalista Jacob fez questão de descer para junto dos poucos resistentes e cantou, saltou e correu junto do público.

Toxikull
2019-08-11 16:42
Seguiram-se os Toxikull, também no palco secundário. O heavy/speed sempre a rasgar puxou pelo circle pit, e o público, que agora era já um pouco mais numeroso, ensaiou alguns momentos de crowdsurf, mas sem grande sucesso pois não havia uma grande concentração de pessoas junto às grades, e os crowdsurfers acabavam por ser entregues directamente para as mãos dos seguranças.

Ignea
2019-08-11 17:15

(Seguir-se-iam os ucranianos Ignea, mas em simultâneo decorreu a conferência de imprensa da organização, a qual atendemos, razão pela qual não dispomos de fotos nem texto)


Visions of Atlantis
2019-08-11 17:57
Regresso ao recinto para a actuação dos Visions of Atlantis. A banda austriaca abriu o concerto com The Deep & The Dark, tema-título do álbum lançado no ano passado, e manteve o público sempre animado com o seu metal melódico/sinfónico e com a muita interação que manteve com o público, principalmente pot intermédio de Clémentine Delauney, sempre muito activa, a puxar pelos muitos Hey-hey-hey's ouvidos durante a actuação. Naturalmente que Wanderers, o álbum lançado este ano, também teve direito a alguns temas, como Heroes of the Dawn ou A Journey to Remember, já perto do fim, com Return to Lemuria a encerrar uma actuação que terá agradado aos fãs destas sonoridades mais melódicas.

Dagoba
2019-08-11 18:39
Mudando para sonoridades mais intensas, chegava a vez dos Dagoba finalmente se apresentarem no palco principal do Vagos, depois de terem sido forçados a cancelar a sua presença na edição do ano passado, devido à greve dos controladores de tráfego aéreo. O público respondeu com muita intensidade ao igualmente intenso som destes franceses, e mesmo sendo notório que o número de pessoas presentes neste último dia estivesse longe de ser dos melhores, esta actuação acabou por ver uma das mais activas participações do público, com muita agitação e muito crowdsurf - que em dado momento até incluiu um jovem em cadeira de rodas, acabando este por ser trazido para cima do palco, antes do tema When Winter.... Também terá de ser referida a enorme wall of death que separou o público desde a zona das grades até à zona mais afastada do palco.

Iron Reagan
2019-08-11 19:37
O público continuou extremamente activo durante a actuação dos Iron Reagan, com o hardcore/crossover destes norte-americanos a incendiar as hostes. O circle pit esteve sempre em movimento, com muita gente a mostrar que conseguia ainda ter energia, ao fim destes dias todos. Digna de referência uma cover de Glue, dos SSD, em que contaram em palco com a participação de Mark "Barney" Greenway, dos Napalm Death, que tocariam momentos mais tarde neste mesmo palco.

Vltimas
2019-08-11 20:39
A tarde estava já a dar lugar ao início da noite e o final desta edição do Vagos Metal Fest já se aproximava. Uma das últimas bandas a actuar aqui este ano seriam, precisamente os Vltimas, do ex-Morbid Angel David Vincent, no palco principal. Nas guitarras, para além de contar com Rune Eriksen, destaque também para uma presença nacional, a cargo de João Duarte dos Corpus Christii. O ritmo dos temas foi sempre acelerado, seguindo o alinhamento do seu único álbum Something Wicked Marches In, lançado este ano, mas sobre o palco a prestação pareceu fria e algo desinteressante, com David Vincent a ser o foco das atenções mas apresentando-se bastante parado, causando um certo desenquadramento entre o que viamos e o que ouviamos.

Napalm Death
2019-08-11 21:52
O palco secundário seria ocupado pela última vez este ano pelos Napalm Death. A histórica banda britânica liderada pelo irrequieto "Barney" Greenway, que já tinha dado uma perninha nesta tarde durante a actuação dos Iron Reagan, deu a possibilidade a todos os presentes de deitar cá para fora todas as reservas de energia que ainda tivessem, no que seriam os últimos momentos de metal mais extremo deste festival. A eterna versão de Nazi Punks Fuck Off não poderia faltar, naturalmente aclamada por todos.

Stratovarius
2019-08-11 23:10
O fecho desta edição do festival chegaria com os finlandeses Stratovarius. A banda de Timo Kotipelto costumava ter passagem assídua por Portugal, mas já há mais de uma década que não nos visitava, e tanto a banda como os fãs presentes entenderam que este hiato fora demasiado longo. O power metal melódico tomou conta do palco principal, com temas como Eagleheart e Phoenix logo no arranque a trazer-nos à memória esses outros concertos do passado, em salas como o velhinho e saudoso Hard Club, em Vila Nova de Gaia, a arrebentar pelas costuras. Os riffs melodiosos e refrões orelhudos de velhos clássicos como S.O.S., Destiny ou a balada 4000 Rainy Nights iam-nos trazendo partes das letras de volta à memória, mas o ponto alto chegaria depois do solo do mestre Jens Johansson, quando este arrancou com a introdução de Black Diamond. O público delirou, cantando o tema de uma ponta a outra, seguindo daí até ao final só com clássicos - Forever, The Kiss of Judas até ao final com Hunting High and Low. Um excelente final de festival, que serviu para voltar a recordar toda uma época dourada do nosso passado, permitindo também verificar que Kotipelto continua um excelente frontman e continua a apresentar a voz em grande forma!


Depois de concluído mais um Vagos Metal Fest, temos de assinalar o concerto dos Satyricon como melhor actuação do festival, verdadeiramente memorável. As actuações de Candlemass, Watain, Alestorm e Stratovarius também foram algumas das mais interessantes desta edição, assim como a dos The Godiva acompanhados pela The Purgatory Orchestra. Relativamente ao público, foi-nos confirmado pela organização que o festival este ano foi visitado por um total de aproximadamente 20.000 pessoas, tendo o número ficado talvez um pouco aquém das expectativas - particularmente no domingo, em que se notou uma quebra acentuada de público. Também a chuva intensa do primeiro dia poderá ter contribuído para afastar os mais indecisos, que tenham deixado a decisão para o último momento. Foi ainda anunciado pela organização do Vagos Metal Fest que o festival iria voltar a ter apenas 3 dias, de quinta a sábado, ficando o domingo livre para as viagens de regresso a casa. Parece-nos uma opção adequada, e que está em linha com o que vemos noutros festivais por esta Europa fora. Digna de referência também a enorme melhoria no que toca à qualidade do som, face ao que tinha acontecido no ano passado, e o upgrade do palco secundário, que pareceu agora ter dimensões mais aproximadas às do palco principal.

Esperamos, portanto, pelo que a próxima edição nos irá trazer, e que o Vagos Metal Fest continue a melhorar de ano para ano, como tem feito até aqui, evoluindo de forma sustentada, para que por muitos mais e bons anos se possa continuar a gritar que VAGOS É AQUI, CARALHO!
Até para o ano!