🔍︎ | [PT] EN
🔍︎ | Contacto | [PT] EN
Reportagens de Concertos
Laurus Nobilis 2022
2022-07-21 - 2022-07-23 | Louro

Depois de 2 anos de interregno forçado pela maldita pandemia que fez parar o mundo, eis que os festivais de verão finalmente voltaram, e foi com o Laurus Nobilis Music Fest que iniciamos este regresso gradual à normalidade, ao longo de 3 dias de muitos reencontros e muita celebração para um público que rapidamente quis fazer esquecer todo este tempo que nos foi arrancado à força. As mudanças foram muitas, nesta 6a edição do festival, começando desde logo pela disposição dos palcos e do recinto. Ao contrário de anos anteriores, em que tinhamos um palco secundário de acesso livre e um palco principal de acesso limitado ao público comprador de bilhete, desta vez apenas quem tinha bilhete (devidamente trocado por pulseira, como habitualmente) é que poderia ter acesso à zona onde 2 palcos de idênticas proporções se encontravam colocados lado a lado. Também a zona de alimentação se deslocou para outra localização, acompanhando a mudança do local reservado às entradas e saídas do recinto dos concertos, e por consequência deixou de existir o anterior local reservado aos estacionamentos, que por sinal se tornaram um pouco mais caóticos do que nos anos anteriores - principalmente no primeiro dia, graças à enorme enchente de público que fez filas intermináveis no trânsito, fez filas intermináveis para a alimentação, fez filas intermináveis para as bebidas... e fez uma belíssima moldura humana quando entraram em palco os muito esperados cabeças de cartaz do dia e de todo o festival - os Manowar. Mas já lá chegaremos...

DIA 1
Via Sacra
2022-07-21 17:23
O arranque do festival fez-se como mandam as regras, com uma banda da casa. Os Via Sacra já tinha estado presentes na abertura da edição de 2016, e continuam a marcar a sua presença pela componente visual com ligeiros toques que vão do gótico ao steampunk, e com uma sonoridade heavy/rock animada pela movimentação em palco dos seus membros, com especial destaque para o vocalista, que cantava para um... telefone! Um dos momentos mais emotivos da actuação foi quando entrou em palco um novo elemento, de tenra idade mas vestido e equipado a rigor, de fato e guitarra ao ombro, e toda uma adorável postura de rockstar, para tocar com a restante banda um novo tema Rock'n'Roll. Um bom arranque, que conseguiu ir chamando e animando o público.

Medo
2022-07-21 18:15
Seguiram-se, no mesmo palco, os M.E.D.O., mudando drasticamente a sonoridade ambiente para um mais agressivo hardcore. A banda vinda de Faro não teve uma recepção unânime, notando-se alguma indiferença no público, e apresentou-se com menos um guitarrista em palco, mas isso não os impediu de deixarem a sua marca em palco, com especial destaque para o sempre irrequieto vocalista Ricardo Catarro.

Darktribe
2022-07-21 19:25
Nova banda, nova mudança de sonoridade. Os franceses DarkTribe apresentaram um Heavy Metal com contornos mais modernos e traziam com eles uma surpresa - na bateria, a substituir uma ausência de última hora, encontrava-se Gaspar Ribeiro (Equaleft, Wrath Sins), a quem a banda não se cansou de agradecer pelo esforço e dedicação, tendo aprendido os temas em poucas horas sem nunca ter antes ouvido nenhum tema da banda. Os técnicos de som, incompreensivelmente, optaram por colocar o som da bateria bem acima do dos restantes instrumentos, em vez de o baixar ligeiramente para ocultar qualquer eventual falha, mas não se notou nenhuma falha ou, a ter acontecido, não foi desmascarada por nenhuma reacção visível sobre o palco. Destaque para o vocalista Anthony Agnello, com uma boa presença em palco, e para a interacção interessante entre os seus parceiros de palco, enquanto por trás da bateria Gaspar Ribeiro se debatia com sucesso com a difícil tarefa de ir tocando enquanto seguia as cábulas

Jardim Letal
2022-07-21 20:30
O momento mais bizarro do festival ocorreu de seguida, com os improváveis Jardim Letal. A sua anterior denominação de Swallow Rage poderá ter servido de engodo, mas a sua entrada em palco demonstrou desde logo que esta era uma carta completamente fora do baralho, com uma sonoridade perfeitamente desenquadrada para este festival, o que serviu de mote para o abandono praticamente total do recinto - e consequente sobrelotação da zona de alimentação!

Rhapsody Of Fire
2022-07-21 21:31
O regresso à normalidade, depois de uma loooonga espera numa das diversas e intermináveis filas que se formaram na zona de alimentação, fez-se já no Palco 1, que ainda não tinha sido utilizado neste primeiro dia. Os italianos Rhapsody of Fire fizeram o que lhes competia e proporcionaram os primeiros grandes momentos deste festival. Apesar do elemento de referência ser obrigatoriamente Alex Staropoli, o único membro original ainda em actividade na banda, que acabou por estar em grande destaque foi o vocalista Giacomo Voli, com uma excelente e incessante interacção com um público que se mostrou satisfeito, cantando bem alto os velhos clássicos como Dawn of Victory ou Land of Immortals. O guitarrista Roberto De Micheli, apesar de uma postura menos exuberante, deu sempre excelente seguimento ao legado deixado pelo seu antecessor Luca Turilli, num set que merecia mais uns 2 ou 3 temas antes do épico final com Emerald Sword.

Vella
2022-07-21 22:15
Regresso ao Palco 2 para a actuação dos Vëlla. Grande parte do público já não arredou pé do seu local, guardando-se para os senhores que se seguiriam, mas ainda assim o quinteto lisboeta conseguiu captar a atenção de algum público com a sua sonoridade mais alternativa dentro do metal, em número suficiente até para formar os primeiros circle pits do dia. A actuação foi sempre muito movimentada sobre o palco, e interessante de assistir, e mais seria se não fosse pela constante distração causada por um elemento feminino extra-banda que passou toda a actuação sobre o palco a filmar com um telemóvel. De referir ainda a aparição em palco de Miguel Inglês (Equaleft), para participar no tema The Promise, naquela que foi uma actuação interessante mas que teria tido melhor efeito se enquadrada numa slot ou dia com sonoridades não tão distintas a intercalar.

Manowar
2022-07-21 23:11
Finalmente, era chegado o momento que todos esperavam. O relvado à frente do Palco 1 estava repleto como em nenhuma anterior edição do festival, o palco estava montado a rigor, até os fotógrafos estavam prontos e alinhados dentro do photopit, faltando apenas resposta à questão que tantas vezes passou na cabeça de todos: os Manowar vão mesmo tocar em Laurus? E os veteranos norte-americanos assim o fizeram, após um tempo de espera que serviu não só mas também para recambiar todos os fotógrafos para fora do pit, que de repente se viram impedidos de gravar fotograficamente a actuação que arrancaria poucos instantes depois, ao som de Manowar. O concerto percorreu grande parte do mais do que conhecido reportório da banda, felizmente sem impôr ao extasiado público o exagerado volume que era imagem de marca da banda em actuações de outros tempos. Eric Adams mostrou-se em grande forma, interpretando os temas praticamente sem mácula e servindo até de entertainer improvisado durante uns insperados problemas técnicos com o baixo de Joey DeMaio. Pela negativa, para além da já referida decepção fotográfica, a prestação algo insegura, com alguns pregos à mistura, do guitarrista E. V. Martel. Os paineis apresentavam videos que se destinavam a incentivar o público, mas a multidão presente não precisava de incentivo extra para berrar a plenos pulmões clássicos como Kings of Metal, Defender, Warriors of the World United ou Hail and Kill. Depois de um estranho solo de baixo (ou de guitarra?) por parte de Joey DeMaio, e de um pretenso final com Battle Hymn, houve ainda lugar para um (demasiado) longo discurso por parte de DeMaio, em jeito de esclarecimento do porquê de por vezes se verem envolvidos em polémicos cancelamentos. Ainda assim, nota para o especial agradecimento feito pela banda à organização, chamando mesmo elementos da organização ao palco para formalizar esse agradecimento. Para o final, estava ainda reservada uma surpreendente passagem rápida por parte do tema Achilles, Agony and Ecstasy in Eight Parts, culminando a actuação com Black Wind, Fire and Steel. Uma actuação bem positiva, ainda que sem a chama do passado, o que não pode deixar de ser natural, dado o passar dos anos, ficando apenas a sensação de que poderiam ter sido incluídos mais 2 ou 3 clássicos, em vez dos solos e discursos tão longos. O público, estamos certos de que não saiu defraudado, pois largos eram os sorrisos nos rostos que se iam dirigindo na direcção da saída do recinto.


DIA 2
Sonneillon
2022-07-22 17:25
O segundo dia começou mais cedo, com o anúncio de 2 alterações forçadas ao alinhamento de bandas que estava previsto. Os suecos At The Gates, um dos cabeças de cartaz deste dia, e os polacos Hate, viram-se forçados a cancelar a sua presença no festival, o que forçou a organização a alguns ajustes em tempo recorde para colmatar estas 2 ausências. A solução passou por antecipar a actuação dos também polacos Decapitated, passariam a tocar um dia mais cedo do que o previsto, e pela confirmação adicional dos nacionais R.A.M.P. para o dia de hoje e dos Blame Zeus para o dia de amanhã.

O público era ainda muito pouco e a confusão resultante das anunciadas alterações pairava ainda no ar quando, à hora marcada, os Sonneilon começaram a fazer-se soar no Palco 1. Com muito sol e um forte calor a fazer-se sentir, foi uma actuação no mínimo estranha aquela a que assistimos, com o vocalista a debater-se por diversas vezes com uma pintura que insistia em escorrer-lhe pela face, e o bizarro contraste entre a negra sonoridade do seu black metal e a enorme luminosidade que invadia todo o palco. A banda fez o possível para animar as poucas pessoas presentes, mas teria sido mais indicado outro horário menos solarengo.

Grindead
2022-07-22 18:15
No Palco 2 seguir-se-iam os Grindead. A banda de grind do Porto, formada por velhos conhecidos do meio musical mais pesado da Invicta, mostrou-se coesa e competente, deitando cá para fora toda a agressividade já demonstrada no seu ábum de apresentação Culture Decline/Machines Arise, faltando no entanto mais público para ajudar a animar um recinto que continuava ainda muito despido.

Moonshade
2022-07-22 19:18
Era agora a vez dos Moonshade nos trazerem o seu novíssimo em folha As We Set The Skies Ablaze, lançado precisamente neste dia. Mesmo sem conseguirem tirar grande partido das luzes, como já os vimos fazer noutras ocasiões, dada a ainda forte luminosidade natural, foram bastante competentes e conseguiram sacar algumas reacções por parte do público. Ricardo Pereira, sempre em grande destaque, foi o fio condutor de uma actuação que viu também a participação especial de Sandra Oliveira, dos Blame Zeus, já na fase final de uma actuação interessante de assistir.

Counteractt
2022-07-22 20:19
No Palco 2, seria a vez do tech deathcore dos Counteractt. A curiosidade perante a sonoridade da banda espanhola ainda reteve alguma atenção por parte do público presente, e foi notório o esforço por parte da banda, mas o ambiente acabou não por evoluir para além dessa curiosidade inicial, notando-se também alguma movimentação na direcção da zona de restauração, que era hoje também uma muito pálida imagem em relação ao que tinhamos presenciado no dia anterior.

Decapitated
2022-07-22 21:18
Finalmente, o público resolveu dar um ar da sua graça, para assistir à brutal actuação dos Decapitated. Uma muralha incessante de death metal repleto de groove que finalmente fez levantar o pó no recinto, com o imponente vocalista Rasta - e as suas não menos imponentes rastas, ahaha - a trazer um pouco de energia e muito, muito headbanging.

RAMP
2022-07-22 22:33
Regresso ao Palco 2 para os R.A.M.P. continuarem a manter a animação em alta. Rui Duarte foi igual a si próprio, tendo sempre alguém ou algo a quem dedicar cada um dos temas, ainda que num estilo um pouco hit-and-miss, mas conseguindo sempre capturar o público, que acompanhou em coro ao longo de praticamente toda a actuação, onde não poderiam faltar temas novos como o tema-título de Insidiously, lançado em Abril deste ano, assim como clássicos como a balada Alone ou o brutal final com Hallelujah seguido de All Men Taste Hell, Black Tie e Try Again para fechar o encore.

Orphaned Land
2022-07-22 23:53
No Palco 1, era chegada a vez dos israelitas Orphaned Land, banda que tem visitado regularmente o nosso país e tem granjeado por cá um número bem interessante de fãs deste seu muito particular sub-género musical que combina com mestria a musicalidade e cultura das suas raízes do Médio Oriente com a agressividade do death metal, que por sua vez tem vindo também a ser gradualmente, ao longo dos anos, cada vez mais adornada por toques de metal mais progressivo. Kobi Farhi desta vez não se apresentou com a sua habitual túnica, mas o empenho colocado por ele e restante banda foi o mesmo de sempre. Temas novos e velhos encaixaram na perfeição, We Do Not Resist a soar como uma espécie de irmão mais novo de The Kiss of Babylon, hinos como Orpheus, All Is One ou Sapari sempre acompanhados pelo público, e o constante diálogo de Kobi entre temas, a apelar à únião pela música, apesar de já serem momentos habituais não deixaram de ser sentidos como um saudável reencontro com velhos amigos que já não vias há algum tempo - algo que até se viu muito nestes dias de primeiro festival pós-pandemia. O final foi, como habitualmente, com todos de braços no ar a acompanhar os temas In Thy Never Ending Way e Norra el Norra.

Beyond Strength
2022-07-23 00:59
Muito público estava já a dirigir-se para a saída, mas havia ainda uma última actuação a ter lugar no Palco 2, os Beyond Strength, banda de tributo a Pantera, que tocaram ainda perante alguns resistentes que aproveitaram para gastar mais um pouco de energia e recordar velhos temas bem conhecidos.

DIA 3
Basalto
2022-07-23 17:28
O terceiro e último dia do Laurus arrancou no Palco 1 com os Basalto. À imagem do que tinha acontecido no dia anterior, o sol era muito e o calor não ajudava a arrastar o público até ao recinto, mas o trio viseense não esmoreceu e o seu doom lá foi arrastando alguma assistência para fora das tocas, e fazendo várias cabeças abanar, ainda que numa espécie de câmara-lenta, ao ritmo dos temas.

Blame Zeus
2022-07-23 18:16
No Palco 2, seria a vez dos Blame Zeus, uma das confirmações de última hora que tinham sido anunciadas ontem. O calor era ainda muito e o público ainda pouco, fazendo desta uma actuação um pouco morna e apática, ainda que em alguns momentos se vissem cabeças a abanar e uns poucos braços no ar a acompanhar ao longo dos temas.

Nihility
2022-07-23 19:16
No Palco 1, uma alteração de última hora - com o inesperado cancelamento dos Human Vivisection, os Downfall of Mankind passariam a actuar mais tarde e seriam substituidos agora pelos Nihility. O concerto foi curto mas competente, com a agressividade do seu death metal a fazer também mover algumas das poucas cabeças ainda presentes.

Eternal Psycho
2022-07-23 20:11
Voltando ao Palco 2, tinhamos agora os espanhóis Eternal Psycho. Apresentaram-se com uma forte componente visual, liderada pela vistosa vocalista Beka, e com uma sonoridade melódica, quase pop/rock, combinada com elementos industriais e electrónicos. O público foi assistindo, mostrando-se visivelmente curioso com o que estava a acontecer sobre o palco.

Benighted
2022-07-23 21:18
Regresso ao Palco 1, já depois de uma rápida passagem pela zona de alimentação, para aquela que para muitos terá sido a melhor actuação desta edição do festival. Os franceses Benighted fizeram levantar o pó no recinto, e de que maneira! O seu brutal death metal com grindcore à mistura fez as delícias de um público que se transformou radicalmente face ao que tinhamos visto hoje até aqui, e para ajudar à festa, tiveram direito a uma das melhores produções sonoras do festival, e alguns momentos de luzes e fumo que também ajudaram a criar uma atmosfera interessante. Os pescoços foram levados até à exaustão, tanto foi o headbanging, e os circle pits também foram reacendendo a cada novo tema, sempre a rodar a alta velocidade, pois assim o ritmo dos temas o exigia. Julien Truchan, de pés descalços sobre os monitores de som, era uma máquina demolidora sobre o palco, cantando, berrando, guinchando e esbracejando, conquistando o público de forma simples e natural. Um concertão!!!

Downfall of Mankind
2022-07-23 22:32
No Palco 2, era agora a vez dos Downfall of Mankind, e este novo horário acabou por cair que nem ginjas, com o seu symphonic deathcore a permitir dar continuidade às movimentações do público. Visualmente, o espectáculo foi um contraste brutal face ao anterior, com um constante jogo de sombras, fumo e strobes, ocasionalmente ofuscados com uns jactos de fogo, todo um conjunto de elementos que estariam completamente desperdiçados no horários originalmente previsto para a actuação da banda. O vocalista Lucas Bishop tinha mais energia do que um coelhinho da duracell ligado a uma tomada de 220v, sempre irrequieto, num constante rodopio e incitando constantemente o público, e contou ainda com a surpreendente participação especial de Julien Truchan, dos Benighted, uma belíssima actuação que mostrou que mais uma vez temos muitas bandas de qualidade dentro de portas, bastando dar-lhes condições e uma slot com um enquadramento adequado para isso ficar cabalmente demonstrado.

Lacuna Coil
2022-07-23 23:27
Os últimos cabeças de cartaz subiram de seguida ao Palco 1 - os italianos Lacuna Coil. Com Cristina Scabbia naturalmente como ponto central da actuação, mas deixando sempre lugar para os seus colegas de palco, esta actuação demonstrou que os italianos estão uma máquina muitíssimo bem oleada, onde todos sabem cumprir os seus papéis na perfeição. A iluminação esteve boa, alternando alguns momentos de jogos de luz e sombra com outros de maior visibilidade, facilitando a comunicação entre a banda e um público repleto de fãs ávidos por este regresso que chegava com 2 anos de atraso, mas ainda bem a tempo. Grande parte dos temas foi sendo acompanhado por centenas de vozes, sendo de destacar a inclusão de uma novidade na setlist, com uma versão actualizada do tema Tight Rope. Perto do fim, a inevitável versão de Depeche Mode, Enjoy The Silence, serviu de mote para um final em grande, com Veneficium e, no encore, Our Truth, The House Of Shame e finalmente Nothing Stands In Our Way, encerrando uma actuação que terá deixado todos os fãs satisfeitos.

Duhrrast
2022-07-24 01:07
Para os resistentes, haveria ainda uma última actuação no Palco 2, com mais uma banda de versões, à imagem do que havia acontecido no dia anterior. Desta feita, as honras de encerramento do dia - e do festival - couberam aos Duhrrast, que como o próprio nome deixa antever, iriam interpretar temas dos germânicos Rammstein. Foi com esta banda sonora que a maior parte do público presente se foi dirigindo em direcção à saída, deixando para trás estes 3 dias de regresso aos festivais de verão.


Depois de 2 anos de paragem forçada, foi com o Laurus Nobilis que grande parte do público teve finalmente a possibilidade de regressar aos festivais. Esta longa pausa originada pela pandemia provocou muitas alterações e causou (e continua a causar) muitas dificuldades nas mais diversas áreas, e este festival não foi alheio a estas consequências destes novos tempos. Novas equipas apareceram, velhos hábitos foram perdidos, e novas ideias tiveram também oportunidade de ser testadas, umas com mais sucesso do que outras. A nova disposição dos palcos pareceu uma alteração bem conseguida, mas continua a ser difícil chamar o público ao recinto para as actuações iniciais, ficando o espaço demasiado vazio, num cenário desolador para quem está em palco nesses momentos. A monumental enchente no primeiro dia, que até para as barracas de bebidas criou filas intermináveis, teve um completo contraste nos 2 dias seguintes, sendo certo que também terão contribuido negativamente os inesperados cancelamentos que nestes tempos afectam e continuarão a afectar estes eventos. Apesar disso, e das naturais desilusões pontuais daí derivadas, o sentimento que mais se vivenciava era a felicidade resultante dos muitos reencontros que se iam proporcionando quando a cada meia dúzia de passos dados alguma cara conhecida ia acenando ou cumprimentando. Depois de 2 anos completamente anormais, este foi um pequeno regresso a uma normalidade que ainda não é exactamente como a de antigamente, mas ao mesmo tempo é também um pequeno/grande passo no sentido de que tudo isto volte a ser o que era... ou se possível, melhor ainda!
Até para o ano, Laurus! Obrigado por este regresso!